Sei que o assunto é indigesto, mas está se tornando cada vez mais corriqueiro em São Paulo, onde já ocorreram várias manifestações em lugares públicos de pessoas contra políticos ou personalidades ligadas ao PT. Vários desses episódios foram em bares e restaurantes da capital. O mais recente protesto foi contra o ex-ministro Guido Mantega, que já tinha sido vaiado na lanchonete do Hospital Albert Einstein. Agora, tornou-se alvo no restaurante italiano Aguzzo Cucina & Vino, em Pinheiros, no dia 23 de maio, como revelou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
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Mantega e a mulher são clientes antigos do restaurante. Antes mesmo de saírem de casa, ligaram para o Aguzzo e fizeram o pedido. Eliane Berger Mantega, que vem se submetendo a um tratamento contra um câncer, queria apenas uma sopa, um minestrone bem leve. Mantega, fã de camarão e peixes, preferiu um robalo ao molho de laranja e legumes ao vapor.
Assim que entrou no salão, o casal ocupou a quarta mesa, próxima à adega e junto da parede envidraçada. O jantar do sábado transcorreu bem até que um dos clientes reconheceu Mantega e chamou um dos sócios do restaurante para conversar. Disse que faria um protesto contra o ex-ministro. Não houve tempo de conter o freguês, que se dirigiu a Mantega e, segundo um dos funcionários, berrou: “Com muito respeito à sua esposa, você é um ladrão.” Conseguiu ainda puxar uma sonora vaia com alguns presentes, enquanto outros clientes pediam mais educação a todos.
Acabava ali o jantar de Mantega e sua mulher. Sem alterar a voz, o político repetiu algumas vezes: “Mais respeito, mais respeito”, enquanto se dirigia ao carro com Eliane aos prantos. Ela ainda voltou ao salão e pediu que respeitassem seu marido.
Um dos responsáveis pelo atendimento lamenta que o restaurante tenha sido cenário desse tipo de protesto. Também se queixa que o ato, além de desrespeitoso, incomoda todas as pessoas que foram ao Aguzzo apenas pelo prazer de comer.
O mesmo atendente lembrou que semanas antes o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi aplaudido por lá. Houve até clientes que quiseram tirar selfies com FHC.
Procurado pela reportagem de VEJA SÃO PAULO, Mantega não quis se manifestar sobre o assunto.
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