Embora seja o mais luminoso representante da alta culinária francesa na cidade e um dos grandes no país, o chef Erick Jacquin sempre meteu o pé na baixa gastronomia. Tanto que em 2009 abriu o Le Buteque, nos Jardins, mas que tinha um ambientação fria e arrumadinha demais. Por isso, acabou não dando certo e fechou em junho do ano passado. Estava longe de ser um botequim francês, uma brasserie.
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Jacquin volta ao tema da cozinha simples agora com o temático Tartar&Co, endereço especializado em steak tartare e suas variações, da entrada à sobremesa. O restaurante, que abre as portas hoje no jantar para amigos e quem mais quiser chegar. Na quinta e na sexta, funciona também só para o jantar. Aqui, o chef surfa na onda bistronomique, sucesso há alguns anos na França. Qual é a proposta? Oferecer comida de qualidade a preços que não esfolem o bolso, coisa difícil em São Paulo. No caso dos franceses, a honrosa exceção é o Le Jazz Brasserie. O La Tartine também tem preços razoáveis.
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O falante Jacquin conta que a idéia de montar o Tartar&Co surgiu da vontade de fazer algo “divertido, com qualidade e simplicidade.” A casa tem como especialidade os tartares (veja o cardápio abaixo enviado pelo chef). São quinze receitas, que variam da versão clássica feita de carne crua a sugestões diferentonas sobre torradas (as tartines) até um temaki e um pastel. As ofertas se completam com os bifes de contrafilé com molhos clássicos a escolher, como béarnaise e poivre, além de risoto (sim, de tartare de peixe), cuscuz de camarão e sanduíches. Feitas as contas, a média de gastos por pessoa com couvert, prato, sobremesa, uma água e serviço deve girar em torno de 100 reais.
Para montar o negócio, Jacquin se associou ao empresário Georges Henri Foz e ao fotógrafo Claudio Elisabetsky. O trio escolheu o número 1003 da Avenida Pedroso de Morais (tel. 3031-1020), em Pinheiros, onde funcionava uma loja Tia Lingerie, de frente para a Praças dos Omaguás, aquela da Fnac. Foram catorze meses de obras e um investimento de R$ 2 milhões para montar o salão com 95 lugares. Jacquin conta ainda que escolheu o ponto porque queria se fixar “na ‘rive gauche do rio Rebouças’, no lado artístico da cidade”. Ou seja, como na Paris do passado, ficar na parte mais boêmia da cidade, à esquerda do Rio Sena, aqui metaforicamente transformado na congestionadíssima avenida. Rio mesmo só de carros parados.
Para capitanear a cozinha – Jacquin continuará firme no La Brasserie, no Itaim —, convidou Filipe Macambyra, ex-subchef do Kaá, quando a cozinha do restaurante variado era comandada por Pascal Valero.
A conferir.