Para os fãs, ainda dá tempo de uma despedida. O ChefVivi, um dos melhores restaurantes de São Paulo e quatro das cinco-estrelas máximas do COMER & BEBER, está com os dias contados.
A chef Viviane Gonçalves serve a última refeição no minúsculo imóvel de fachada envidraçada no próximo domingo (14). “Quero que você saiba, seja o primeiro a saber”, começava a mensagem que ela me passou nesta tarde sobre o destino do restaurante que foi três vezes premiado como melhor da categoria variado pelo guia anual da Vejinha, em 2013, 2014 e 2019.
Essa decisão foi muito pensada. “Como eu estava trabalhando, não estava bacana. Precisei tomar decisões”, revela ela, numa referência a estar dividida entre o ChefVivi e o Hotel Emiliano, onde não é responsável apenas pelo restaurante mas por todo o catering do pouso de luxo, como noticiei em primeira mão (leia aqui).
“Passei o ponto e os equipamentos. Não vendi o nome do ChefVivi”, explica, deixando claro que o restaurante que a celebrizou pode voltar um dia. “A equipe está indo comigo para o Emiliano, será a decisão de cada um. O Gabriel (João Gabriel Mont’Alvão, número 2 do ChefVivi) já foi contratado, Alan está em negociação…”, descreve.
O local não ficará vago. Outra mulher deve assumir a titularidade da nova casa, cujo nome será anunciado em breve. “Uma nova história vai se desenhar por lá”, adianta a ex-proprietária.
O ChefVivi tem uma história pra lá de interessante. Ao surgir em novembro de 2011, apresentava as receitas da cozinheira paulista, nascida em São José dos Campos. Formada em gastronomia pela City of Bristol College, na Inglaterra, ela havia feito sua estreia no restaurante Alameda, em Pequim, do qual foi sócia e titular dos fogões do endereço que foi três vezes premiado como o melhor representante de culinária internacional da capital da China em concurso promovido pela revista That’s Beijing.
Do início até antes da pandemia, era difícil repetir um prato no menu do ChefVivi, que era elaborado diariamente. Cada cardápio, anotado num quadro branco na cozinha, tinha duração de 24 horas. Desde o começo, Viviane procurava selecionar produtores de matéria-prima orgânica.
Quem provou certamente traz na lembrança o carré de cordeiro ao forno em redução de vinho tinto na companhia de purê de mandioquinha com crispy de alho-poró dos primeiros tempos. Ou o recente pato confitado pururuca junto de cuscuz marroquino com cubinhos de vegetais, redução de laranja e quiabo tostado. E, claro, o bolo quente de tâmara, que segue agora no cardápio do Emiliano.
Com uma coleção de acertos, não tardou para que o talento da cozinheira fosse reconhecido pelo COMER & BEBER. Em 2012, aos 44 anos, tornou-se chef revelação. Sete anos depois, era a primeira a ganhar a categoria de estreante a levar também o título de chef do ano.
O ChefVivi vai deixar saudade. E grande. Que essa despedida seja apenas um até breve.
ChefVivi
Rua Girassol, 833, Vila Madalena, telefone 3031-0079.
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