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Blog do Lorençato

Por Arnaldo Lorençato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Confeitarias transformam seus bombons em arte com pinturas feitas à mão

Lojas enriquecem a experiência gastronômica com chocolates coloridos que levam, em média, três dias de produção

Por Beatriz Imagure
Atualizado em 19 jul 2024, 11h06 - Publicado em 19 jul 2024, 07h30
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  • Para algumas pessoas, fazer chocolate é uma expressão artística, que envolve uma produção detalhista. Essa arte é levada ao pé da letra em algumas confeitarias, que unem a pintura à gastronomia. Produzem pequenas joias de chocolate, que são encontradas nas vitrines da Beaubon, da Gallette e da Mica.

    Roberta Pires, da Beaubon, começou a vender bombons pintados à mão, feitos na cozinha de sua casa em agosto de 2019. Não tardou para que ela decidisse lançar a própria marca depois de fazer um curso de cerca de nove meses na filial paulistana da Le Cordon Bleu, onde também se apaixonou por confeitaria.

    Foram alguns meses de estudos e testes até começar as vendas com sucesso. Formada em jornalismo, Roberta já passou por diversas áreas em sua carreira: fez faculdade de desenho industrial e trabalhou nomercado financeiro, mas foi na gastronomia que ela se encontrou.

    Hoje, com uma equipe de mais de dez pessoas, ela vende bombons de chocolate belga em uma loja de rua nos Jardins e tem uma fábrica na mesma região. É um processo longo — são necessários de dois a três dias para um único bombom ficar pronto. A partir das aulas de pâtisserie, Roberta desenvolveu recheios requintados, ainda que bem docinhos.

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    Versão de bem-casado: da Beaubon (DaniIlo Barbosa/Divulgação)

    Nas versões ao leite, aparecem pedidas como pistache, cocada, milho torrado e romeu e julieta. Menos extensa, a linha de coberturas amargas traz caramelo de laranja ao aroma de baunilha e licor Baileys com nibs de cacau. Há ainda brancos, como o de caipirinha. Cada um deles sai a 12 reais. Faz também uma barra de pão de mel divina por 20 reais e um bem-casado por 30 reais.

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    Nos revestimentos, a primeira etapa consiste em fazer as pinturas manuais, com manteiga de cacau e corante alimentício, dentro da fôrma onde serão montados cada um deles, um por vez. “Tem pessoas que acham que é mentira, que não tem como pintar um a um. Se há cinco cores no bombom, são cinco etapas de detalhes”, explica.

    Depois de os desenhos secarem, é a vez de colocar o finíssimo revestimento de chocolate, etapa que Roberta revela um cuidado especial: “Também tenho uma superpreocupação de sempre fazer uma casquinha bem fininha, e se der errado, seja porque o ar condicionado foi forte, seja porque derreteu, eu faço tirar tudo e começar tudo de novo”.

    No estágio final, os bombons são recheados, e ficam de um dia para o outro para estabilizar. No dia seguinte, eles são selados e, finalmente, prontos para venda.

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    Coleção da Mica Chocolates: até três dias para os doces ficarem prontos (Juliana Frug/Divulgação)
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    Com o aumento da demanda, Roberta importou uma impressora que ajuda nas encomendas maiores e, com ela, logos corporativos podem ser incorporados nos bombons.

    O funcionamento dessa máquina equivale ao de um equipamento convencional: o desenho é feito no computador e impresso direto no chocolate. E, depois, também passa pelas etapas de pintura e finalização, como todos os bombons. Para Roberta, a Beaubon estava ficando muito forte no mundo corporativo e no varejo de luxo, e a máquina permitiu a ela que fizesse a personalização mais “perfeita”.

    Entre as confeitarias de pintura artesanal, a Mica Chocolates, que no início do ano inaugurou um quiosque no Shopping Iguatemi, teve um início semelhante. A fundadora Mica Kallas, que também começou vendendo os bombons em casa, hoje tem duas lojas e uma fábrica, produz quase 13 000 bombons por semana — em um processo de três dias para ficarem prontos.

    “A chocolateria demanda um respeito aos processos, atenção especial aos detalhes”, garante. Nas lojas, o bombom pintado, feito com chocolate belga, custa 7 reais. “É uma joia, uma iguaria”, afirma. O sabor queridinho do público é o de caramelo com sal.

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    Linhas da Gallette: em datas especiais como o Dia das Mães (Leo Martins/Divulgação)

    Na Gallette Chocolates, o foco é na primeira etapa do processo, a produção própria bean-to-bar, com controle da fabricação do fruto à barra. Por isso, os bombons pintados à mão podem durar de dois a seis meses. “A gente acaba combinando a pintura para ocasiões especiais, como Dia das Mães e Dia dos Namorados, porque ela tem uma coisa mais presenteável”, diz Gislaine Gallette, dona da marca.

    Apesar de não ser o foco, os clientes sempre questionam quando os bombons pintados saem de linha. Os sabores favoritos da clientela são jabuticaba e tiramisu, a 6 reais cada um.

    Beaubon Chocolates. Alameda Itu, 1485, Cerqueira César, WhatsApp 93340-7040.
    Gallette Chocolates. Rua Augusto Tolle, 245, Santana, tel. e WhatsApp 2233-2726.
    Mica Chocolates. Rua Artur de Azevedo, 1199, Pinheiros, WhatsApp 97620-0210; Shopping Iguatemi, WhatsApp 99928-2597.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2024, edição nº 2902

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