Quem frequenta o quase vizinho boteco Dona Felicidade, na Vila Romana, já notou a novidade. Naquela ladeira de meu Deus, o imóvel antes ocupado pelo extinto bar Santa Clara estava passando por uma grande reforma. Cheirando a tinta fresca e pronto para ser inaugurado, o Walfenda Medieval será o novo inquilino do número 25 da Rua Tito. A abertura está marcada para 27 de julho e deve funcionar em soft opening nos primeiros trinta dias. O novo bar-restaurante é de mais um projeto da chef capixaba Angelita Gonzaga, que faz sucesso com simplão Arimbá, restaurante alma brasileira na Pompeia.
No Walfenda, a pegada é outra. A cozinheira conta que o lugar de nome esquisitão surgiu da paixão que ela nutre pela Idade Média. “Sempre gostei do período e da ideia que vem dessa época de que a alquimia pode transformar as coisas”, explica. “Fui pesquisando e me encantando. Resolvi colocar para forma num restaurante, que é o meu trabalho.”
Nesse processo de pesquisa, Angelita fez uma viagem a Portugal, onde visitou tavernas nas cidades de Braga, do Porto, de Paredes e na região de Serra da Estrela. Um dos lugares que mais impressionaram a chef foi em Unhais da Serra. “Lá, fica a casa inspirada na lenda de Viriato, que teria expulsado os romanos do território português. Embora tenha jeitão medieval e seja feita de pedra, tem uma delicadeza ímpar na apresentação da comida”, explica.
Também chamou a atenção o restaurante instalado no porão de uma casa toda de pedra, em Valhelhas. A chef foi ainda à para conhecer o parque do Harry Potter. “Não era para infantilizar nada, mas para ver o lado mágico e entender como funciona a magia”, garante.
O Walfenda tem a lenha como mote das preparações e Angelita promete usar galhos de macieira. “Quem vai tocar a cozinha é António Pestana, português da Ilha da Madeira. Ele trabalhará com panelas com um trio de pés para fazer receitas como a sopa de pedra durante o inverno”, adianta. Os grelhados serão a atração. Haverá, por exemplo, um varal de galetos, um ancestral da contemporânea televisão de cachorro. Será possível provar uma codorna com damasco ou encomendar um cordeiro inteiro, mas esse só por encomenda.
Tudo será servido em tábuas, incluindo as carnes na lenha, os pães e os embutidos. Como não há cardápio formal, os pratos estarão numa lousa e serão vendidos a quilo. Paga-se pelo peso consumido e dá para levar para casa. “Escolhi ingredientes que as pessoas gostam. Preciso ter giro”, diz.
À moda dos antigos alquimistas, há uma farmácia ou botica, lugar usado para preparar os drinques na forma de poções. O bartender Humberto Ferreira vem desenvolvendo a seleção de bebidas, que incluirá hidromel servido em chifres e para compartilhar. E ainda o piso superior deve funcionar como um espaço para eventos. No visual, a intenção de Angelita é que a frente da casa lembre uma feira medieval. O Walfenda promete uma viagem ao passado.
A conferir.
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