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Blog do Lorençato

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O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também comanda o Cozinha do Lorençato, um programa de entrevistas e receitas. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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A cozinha medieval do Walfenda

Inspirada na Idade Média, chef Angelita Gonzaga, do Arimbá, monta a taberna que coloca os grelhados em primeiro plano

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Atualizado em 20 jan 2022, 14h27 - Publicado em 27 jun 2017, 20h14
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  • Quem frequenta o quase vizinho boteco Dona Felicidade, na Vila Romana, já notou a novidade. Naquela ladeira de meu Deus, o imóvel antes ocupado pelo extinto bar Santa Clara estava passando por uma grande reforma. Cheirando a tinta fresca e pronto para ser inaugurado, o Walfenda Medieval será o novo inquilino do número 25 da Rua Tito. A abertura está marcada para 27 de julho e deve funcionar em soft opening nos primeiros trinta dias. O novo bar-restaurante é de mais um projeto da chef capixaba Angelita Gonzaga, que faz sucesso com simplão Arimbá, restaurante alma brasileira na Pompeia.

    Walfenda
    Angelita entre Eduardo Lopes, responsável pela parte metálica da churrasqueira, e Roberto Bocabello, assessor para receitas na lenha: variações de grelhados (Ricardo Bergamini/Divulgação)

    No Walfenda, a pegada é outra. A cozinheira conta que o lugar de nome esquisitão surgiu da paixão que ela nutre pela Idade Média. “Sempre gostei do período e da ideia que vem dessa época de que a alquimia pode transformar as coisas”, explica. “Fui pesquisando e me encantando. Resolvi colocar para forma num restaurante, que é o meu trabalho.”

    Walfenda
    Uso do fogo na preparações: varal de frango é o ancestral da televisão de cachorro (Ricardo Bergamini/Divulgação)

    Nesse processo de pesquisa, Angelita fez uma viagem a Portugal, onde visitou tavernas nas cidades de Braga, do Porto, de Paredes e na região de Serra da Estrela. Um dos lugares que mais impressionaram a chef foi em Unhais da Serra. “Lá, fica a casa inspirada na lenda de Viriato, que teria expulsado os romanos do território português. Embora tenha jeitão medieval e seja feita de pedra, tem uma delicadeza ímpar na apresentação da comida”, explica.

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    Também chamou a atenção o restaurante instalado no porão de uma casa toda de pedra, em Valhelhas. A chef foi ainda à para conhecer o parque do Harry Potter. “Não era para infantilizar nada, mas para ver o lado mágico e entender como funciona a magia”, garante.

    Walfenda
    Uma das carnes do menu: prime-rib com cebola-roxa, pimentão-vermelho e alecrim (Ricardo Bergamini/Divulgação)

    O Walfenda tem a lenha como mote das preparações e Angelita promete usar galhos de macieira. “Quem vai tocar a cozinha é António Pestana, português da Ilha da Madeira. Ele trabalhará com panelas com um trio de pés para fazer receitas como a sopa de pedra durante o inverno”, adianta. Os grelhados serão a atração. Haverá, por exemplo, um varal de galetos, um ancestral da contemporânea televisão de cachorro. Será possível provar uma codorna com damasco ou encomendar um cordeiro inteiro, mas esse só por encomenda.

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    Tudo será servido em tábuas, incluindo as carnes na lenha, os pães e os embutidos. Como não há cardápio formal, os pratos estarão numa lousa e serão vendidos a quilo. Paga-se pelo peso consumido e dá para levar para casa. “Escolhi ingredientes que as pessoas gostam. Preciso ter giro”, diz.

    Walfenda
    Estantes para bebidas: imita as antigas farmácias (Ricardo Bergamini/Divulgação)

    À moda dos antigos alquimistas, há uma farmácia ou botica, lugar usado para preparar os drinques na forma de poções. O bartender Humberto Ferreira vem desenvolvendo a seleção de bebidas, que incluirá hidromel servido em chifres e para compartilhar. E ainda o piso superior deve funcionar como um espaço para eventos. No visual, a intenção de Angelita é que a frente da casa lembre uma feira medieval. O Walfenda promete uma viagem ao passado.

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    A conferir.

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