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Zona Oeste se destaca em pesquisas de locação e compra/venda de imóveis

Novos bairros, como Panamby e Butantã, despontam como tendência habitacional

Oferecimento de: Atualizado em 14 abr 2023, 11h25 - Publicado em 14 abr 2023, 06h00
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Imagem aérea da Zona Oeste da capital (Eli K Hayasaka/Getty Images)
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O cozinheiro Gabriel Nallini, de 33 anos, resolveu presentear sua avó Celeidi, 86, no começo de 2022. Junto dos pais e da irmã, ele propôs que ela se mudasse de Presidente Prudente, no interior paulista, para a capital, a fim de ficar mais perto do restante da família. O morador do Butantã adquiriu para a matriarca um apartamento de 70 metros quadrados e três dormitórios no mesmo bairro, a quatro quarteirões da sua casa.

Nallini, que já morou em Higienópolis e na Bela Vista, não hesitou na escolha da região ideal para receber a avó. “Gostamos muito do bairro, por não estar tão dentro da maluquice de São Paulo, tem poucos prédios, é mais arborizado e residencial”, conta.

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A aquisição integra as estatísticas que apontam para um aquecimento proeminente do mercado imobiliário na Zona Oeste desde o início da pandemia. A região, que já era conhecida pelo caráter residencial, foi a única a manter crescimento constante na capital nos últimos dois anos entre as oito regiões analisadas pelo Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar — as demais tiveram algum trimestre com retração ou estagnação.

A zona teve o maior crescimento trimestral (7,77%) considerando a média desde 2021. A pesquisa diz que o crescimento foi puxado pelos bairros do Panamby e Butantã.

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Segundo Vinicius Oike, economista da empresa, há dois tipos de oferta de imóveis na Zona Oeste: studios ou apartamentos de um dormitório, próximos ao metrô Butantã, e apartamentos de três ou quatro dormitórios, mais para dentro da região. O interesse pelo primeiro tipo vem majoritariamente de um público jovem, entre os 20 e 30 anos. O segundo modelo atrai mais famílias.

“O diferencial da Zona Oeste é essa oferta de imóveis maiores, que tem se tornado escassa em São Paulo”, afirma. Outro fator atribuído pelo economista para explicar essa demanda continuada é a busca por áreas verdes, tranquilas e com mais espaço. “A arborização e o sossego, bem maiores em comparação ao Centro, são pontos fortes da região”, diz. Por outro lado, um ponto negativo é a dificuldade de acesso ao transporte público.

Celeidi, moradora do Butantã, em sua sacada
A aposentada Celeidi tem gostado bastante do Butantã, para onde se mudou recentemente. Conseguiu se adaptar bem ao bairro, pois vai a todo lugar a pé, pela proximidade do comércio (Arquivo pessoal/Veja SP)
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Para Oike, ao colocar tudo na balança, a região oferece um bom custo-benefício. “É mais acessível, basta atravessar o Rio Pinheiros que o preço cai bastante. É uma diferença considerável”, comenta.

Na região de Santo Amaro e Brooklin, por exemplo, o valor do metro quadrado sobe cerca de 50% em apartamentos de dois e três dormitórios. Enquanto studios na Vila Olímpia são negociados por quase 1 milhão de reais, há imóveis de três dormitórios com mais de 100 metros quadrados por valor similar na região do Panamby.

Na pesquisa da plataforma, o Centro-Oeste ficou em segundo lugar na média de valorização de preço por trimestre desde 2021. Três bairros de destaque são Pinheiros, Vila Madalena e Jardim Paulista — que estão entre os dez mais caros da cidade.

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Para Otavio Zarvos, sóciofundador da Idea!Zarvos, empresa com foco de atuação na Zona Oeste, os três estão muito consolidados em relação a outras localidades da mesma região. Ele cita como exemplo a Lapa, que, devido às limitações impostas pelo zoneamento, recebe apenas prédios mais baixos e com potencial construtivo menor do que os bairros vizinhos mais abastados.

“Com isso temos uma região com muito menos densidade e muito menos consolidada”, explica. Para o empresário, esse é, inclusive, um dos locais com potencial para expansão futura na região. “Seria um lugar que poderia ter um incentivo para construção e até para a renovação do bairro”, opina.

Tendências de locação

Na modalidade de aluguel, o Butantã também se destacou no último ano. O bairro ficou entre os dez que mais se valorizaram em 2022. Os dados são do Índice de Aluguel QuintoAndar. Desde 2021, o bairro acumula alta de 28% no aluguel, porcentagem acima da média da cidade, de 18% (entre os imóveis à disposição na plataforma Imovelweb, o aumento no Butantã é ainda maior: a variação acumulada nos últimos doze meses é de 50,42%). A região do Panamby se valorizou especialmente em 2021, quando cresceu cerca de 5% acima da média da capital.

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No Centro-Oeste, os bairros consolidados se mantiveram em alta: Pinheiros foi o terceiro mais caro da cidade, com a média de aluguel a 62 reais o metro quadrado; Vila Madalena na sexta colocação, com 57 reais o metro quadrado; e o Jardim Paulista atingiu a décima posição, com 47,8 reais.

O ranking foi encabeçado por dois bairros da Zona Sul. Na Vila Olímpia, os preços para locação giraram em torno de 69,6 reais o metro quadrado em 2022, enquanto no Real Parque foi possível encontrar imóveis para alugar na média de 62,8 reais o metro quadrado.

Publicado em VEJA São Paulo de 19 de abril de 2023, edição nº 2836

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