Cada vez mais cultuado nos Estados Unidos e na Europa, o movimento neoconcretista brasileiro teve, até agora, as atenções centradas nas figuras de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Cada vez mais procurado por colecionadores estrangeiros, o mineiro Willys de Castro (1926-1988) deve seguir um caminho semelhante nos próximos anos. A exposição traz 130 obras reunidas pela curadora Regina Teixeira de Barros, entre telas, desenhos, estudos e vários tridimensionais. Quase metade delas provém da própria instituição — 56 foram doadas ao museu por seu companheiro, Hércules Barsotti (1914-2010), em 2001. As peças restantes pertencem ao IAC, ao Masp e à Coleção Patricia Phelps de Cisneros, da Venezuela, além de integrarem acervos particulares.
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Nascido em Uberlândia, Willys de Castro mudou-se para São Paulo na adolescência. Atuou durante anos na área de design gráfico, ao mesmo tempo em que intensificou as pesquisas das diversas vertentes construtivistas então em voga e manteve relações (um pouco distantes) com o Grupo Ruptura, de Waldemar Cordeiro. Os trabalhos mais antigos exibidos na mostra são estudos para pinturas realizados a partir de 1952, nos quais as formas geométricas e a atenção às cores sobressaem.
Nos excelentes “Objetos Ativos”, mistura de pintura e escultura da virada da década de 50 para a de 60, o artista alcança a plenitude criativa. Em certos momentos, apenas uma pequena tira vertical de madeira já instiga o espectador. A série deu origem, mais tarde, aos chamados “Pluriobjetos”, relevos de parede feitos de materiais como madeira, alumínio ou aço, alguns deles presentes na exposição.
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