Ele se autoproclama primeiro-ministro da “República do Bixiga”. Neto de sicilianos, o comerciante paulistano Walter Taverna, de 74 anos, vive inventando atrações para chamar a atenção do bairro onde mantém suas quatro cantinas. É um dos criadores, por exemplo, do gigantesco bolo de aniversário de São Paulo. Ultimamente, ele se dedica a apresentar um showzinho um tanto extravagante ao som de Funiculi, Funiculá. Assim que o tecladista dedilha os primeiros acordes, Taverna vai para o meio do salão e começa a atirar bandejas, baixelas de inox e tampas de panela ao chão. E garante que isso não espanta a clientela.
De onde o senhor tirou essa idéia?
Certa vez, estava com umas travessas na mão, desequilibrei-me e caí. Elas voaram pelos ares e depois foram ao chão, fazendo o maior estrondo. Os clientes acharam que eu tinha feito de propósito e começaram a aplaudir. Decidi repetir o número sempre.
Faz o show em cada uma de suas cantinas?
Religiosamente, pelo menos quatro vezes em cada casa, no almoço e no jantar. O barulho é tamanho que não só entretém os clientes como atrai a atenção das pessoas que passam em frente. Muitas entram para me fotografar. Acham que é uma tradição italiana, como a mania dos gregos de quebrar pratos.