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Por onde andam?

Conheça o destino de algumas personalidades da cultura e do esporte (ou mesmo anônimos) que estamparam capas da revista nestes trinta anos

Por Ana Luiza Cardoso
Atualizado em 5 dez 2016, 12h03 - Publicado em 18 set 2015, 20h00
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  • Smash nos negócios

    Aos 52 anos, o empresário Luiz Mattar reserva pelo menos um dia da semana para partidas amadoras de tênis na Sociedade Harmonia, nos Jardins. Foi nesse clube, em 4 de outubro de 1987, nos tempos de atleta profissional, que ele conquistou uma vitória histórica sobre o equatoriano Andrés Gomez e colocou o Brasil na elite da Davis Cup, considerada a Copa do mundo do tênis. Poucos dias depois da façanha, ele apareceu na capa de VEJA SÃO PAULO (curiosamente, seu nome apareceu grafado Luís). Em 1989, aos 26 anos de idade, Mattar alcançaria o 29° lugar do ranking mundial. Ao pendurar a raquete, em 1995, havia conquistado sete títulos individuais e alcançado a terceira rodada de três Grand Slams, duas vezes no US Open e uma em Roland Garros. Na era pré-Guga, poucos haviam chegado tão longe.

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    Até hoje o ex-atleta ainda é reconhecido nas ruas de vez em quando. “É mais frequente quando não estou de terno e gravata”, brinca, a respeito de seu traje diário. Mattar é presidente da Tivit, empresa de serviços de tecnologia da informação com 28 000 funcionários em mais de quarenta unidades ao redor do mundo. Trabalha em um escritório de quatro andares na Avenida Brigadeiro Faria Lima, com vista panorâmica. “Daqui consigo ver se pegarei engarrafamento para o aeroporto”, diz. Em uma estante de sua sala, deixa expostos os prêmios da empresa. “Até hoje dói ter deixado as quadras.”

    Trio parada dura

    Há poucas semanas, a engenheira Iná Castaldi, de 51 anos, dedicou alguns momentos de folga em sua casa, em Santos, para revirar as caixas de recordações da infância de seus três filhos, Paola, Marcella e Giuliano, hoje com 23 anos. Entre as fotos estavam cópias da capa de VEJA SÃO PAULO com o trio, publicada em maio de 1993. Nascidos no ano anterior, eles foram personagens de uma reportagem sobre mães de trigêmeos. Em uma das imagens publicadas, seus bebês posaram mastigando biscoitos dentro do carro — as cadeirinhas ocupavam todo o espaço do banco traseiro. “Os três não paravam quietos na hora da foto, tirei um pacote da bolsa e dei um para cada um”, relembra Iná.

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    Marcella formou-se em engenharia civil e vive nos Estados Unidos — jogou tênis pela Universidade McNeese State, da Louisiana. Giuliano termina em dezembro um curso na mesma área e atua como estagiário em uma construtora da capital. Ele divide um apartamento com Paola, que, contrariando a tradição da família, formou- se em administração e trabalha para uma startup.t

    A guru da beleza

    Antes das musas das redes sociais, havia Ala Szerman. Precursora da ginástica pela TV no Brasil, a professora russa de educação física tirou as mulheres das aulas de dança para ensiná-las a ganhar músculos. “Mostrei como assumir o controle do corpo”, diz. Nos anos 80 e 90, ela comandou uma rede de fitness na capital, com sete centros esportivos, que atendiam 7 000 clientes por mês. Era também uma das estrelas do programa TV Mulher, apresentado pela jornalista Marília Gabriela na Rede Globo, ao falar sobre beleza e alimentação. Chegou ainda a lançar uma linha de cosméticos e uma grife de roupas esportivas.

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    No fim da década de 90, Ala encarou uma crise, um câncer de mama, e acabou vendendo todas as suas propriedades. Hoje, aos 76 anos, ministra um curso de gestão para spas e clínicas, ensina terapias alternativas e, três vezes por semana, dá aulas de ginástica a um grupo de amigas. “Todas com mais de 70 anos”, diverte-se.

    Caloura número 1

    Quando criança, Vera Kanas adorava assistir a filmes com cenas em tribunal. A paixão chegou à juventude e materializou-se na vontade de trabalhar como advogada. Para atingir o objetivo, Vera estudou quatro horas por dia para o vestibular e, em 1993, passou em primeiro lugar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Com isso, foi uma das personagens de uma reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO sobre os destaques daquele ano na Fuvest.

    Durante o período universitário, manteve o foco. Frequentava as festas, acompanhava os jogos esportivos, mas encarou um estágio já no primeiro ano de curso. Formou-se em 1998, fez mestrado na Sorbonne, em Paris, e doutorado na própria USP. Atuou no secretariado da Organização Mundial do Comércio, em Genebra, na Suíça. Aos 40 anos, trabalha quase doze horas por dia com direito de comércio internacional em um escritório na Vila Mariana. É casada e tem dois filhos. “Sou realizada, tenho a carreira com que sempre sonhei.”

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    O cara dos livros

    Fenômeno da literatura nos anos 80 e 90 com 30 milhões de exemplares vendidos, o escritor Pedro Bandeira ainda recebe o carinho dos leitores do passado. Em vez de cartas, que chegavam aos montes a sua casa, vê sua caixa de e-mails lotada. Fãs adultos cheios de nostalgia contam como eram vidrados nas aventuras da série Os Karas, sobre um grupo de adolescentes que desvenda mistérios e discute temas como aids e ecologia.

    A saga foi iniciada em 1984 com o clássico A Droga da Obediência, um dos maiores best-sellers do gênero infantojuvenil no país. A sexta aventura, A Droga da Amizade, saiu no ano passado, após doze anos de trabalho no computador. A próxima está em produção, ainda sem data de lançamento. “Há dias em que olho a tela em branco e não sei o que escrever”, diz o autor

    Aos 73 anos, com três filhos e cinco netos, ele mora com a mulher em uma chácara em São Roque, onde recebe visitas diárias de bugios, micos, esquilos e um veado apelidado de Bambino. “Temos de coçar o miserável, ele enche a paciência, mas é bonitinho”, brinca.

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