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Um novo Azulão

Sob o comando da iniciativa privada, o São Caetano Futebol tem projetos de voltar aos tempos de glórias, a partir de 2022

Por Abril Branded Content
8 dez 2021, 17h28
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  • Na virada do século 21, o ABC Paulista tornou-se, quase como num conto de fadas, uma das capitais do futebol brasileiro. O São Caetano, também conhecido como Azulão pelas cores de seu uniforme, fundado pouco antes, em 1989, foi escalando divisões nacionais até realizar façanhas inimagináveis, como os vice-campeonatos do Brasileirão de 2000 e 2001, da Copa Libertadores de 2002 e o título do Paulistão de 2004. Pelo Estádio Anacleto Campanella passaram nomes como Silvio Luiz, Adhemar, Mineiro, Euller, entre outros, e os técnicos Jair Picerni, Tite e Muricy Ramalho. Nos últimos anos, crises financeiras levaram o São Caetano a seguidos rebaixamentos até ficar sem divisão no Brasileirão. Duas décadas depois do auge, no entanto, a esperança na cidade com pouco mais de 160 000 habitantes se renova. Atualmente, o Azulão conta com uma nova gestão liderada por Manoel Sabino Neto, 43 anos, e tem como meta a volta à elite.

    trofeu
    (Carol Cassiano/Divulgação)

    Empresário e presidente da Acircom (Associação Circuito das Compras), que é responsável pela Feira da Madrugada, na capital paulista, o paulista de Guarulhos assumiu todo o passivo do clube e, desde maio de 2021, iniciou uma gestão empresarial do agora São Caetano Futebol. Em poucos meses, o time chegou à semifinal da Copa Paulista de 2021 com uma campanha surpreendente e não se classificou para a final por detalhes. Para os próximos anos, os planos são ainda mais ambiciosos. “A meta para 2022 é conquistar a Série A2 do Campeonato Paulista e não sair mais da primeira divisão. Estamos nos estruturando para que, a partir de 2023, o time profissional do São Caetano saia todo da própria base do clube”, diz Sabino. O mandatário destaca ainda o projeto de uma arena multiúso no lugar do Anacleto Campanella e a reativação do futebol feminino.

    “Queremos reativar o futebol feminino e a meta é ganhar e participar de todos os campeonatos possíveis. O que puder ser disputado vamos disputar com força total”, completa Sabino. O primeiro passo da nova gestão foi a construção de uma nova sede social para o futebol-empresa. O espaço é um prédio amplo ao lado do Anacleto e será utilizado pelo departamento de futebol profissional, categorias de base, comunicação, jurídico, presidência, loja oficial e uma clínica onde os atletas poderão fazer seus exames ergométricos e cardiológicos.

    Ainda em relação à infraestrutura, Sabino ressaltou que já conversa com autoridades municipais e estaduais para formalizar espaços para construções de centros de treinamentos para todas as categorias. “A cidade de São Caetano não tem disponível mais nenhum tipo de terreno grande para um potencial centro de treinamento para todas as categorias. Então o que o prefeito (Tite Campanella) e alguns vereadores ofereceram foram três áreas, sendo cada uma para um centro de treinamento para uma categoria específica (sub-15, 17 e profissional)”, afirma. “Queremos repaginar tudo e contar com um local completo, com piscina e quadra de futsal”, completa. O secretário estadual de Esportes de São Paulo, Aildo Rodrigues, confirma as conversas e destaca que o projeto está caminhando bem. “Por parte do governo do estado, temos a obrigação de estar presentes onde pulsa o esporte. Já estamos conversando para lançarmos um centro de excelência de futebol voltado para a base para que a gente possa ter a formação dos futuros atletas”, diz Rodrigues.

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    Aildo Rodrigues Ferreira, secretário de Esportes do Estado de São Paulo. (Carol Cassiano/Divulgação)

    Um dos principais nomes que ajudaram Sabino nesse início pelo Azulão foi Edmílson, ex-jogador pentacampeão mundial com o Brasil em 2002. Ele atuou como consultor do clube durante aproximadamente seis meses e apontou um caminho a ser seguido pelo presidente. “Eu sempre falo para ele que no futebol é preciso identificar, planificar, planejar e colocar sua metodologia de trabalho em prática”, afirma. “Todo recurso investido dentro do clube precisa gerar renda para que o time possa contratar grandes profissionais e, acima de tudo, dar alegria para o torcedor do São Caetano”, destaca Edmílson.

    O projeto ainda foi elogiado por Mauro Silva, tetracampeão do mundo pela Seleção em 1994 e vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF). “O formato de futebol-empresa é uma realidade na Europa e é um caminho para o Brasil. É uma gestão moderna, eficiente e com foco no resultado. Menos emoção e mais razão nas decisões”, afirma Silva.

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    Para a temporada 2022, o São Caetano renovou o contrato com a atual comissão técnica, formada pelo técnico Max Sandro e pelo auxiliar Axel. Os dois foram responsáveis pela grande campanha na última Copa Paulista. “A dificuldade que encontramos quando chegamos aqui era o retrospecto negativo. A equipe vinha de um rebaixamento no Paulistão e de resultados negativos. O primeiro êxito do nosso trabalho foi conseguir dar uma cara nova e resgatar a autoestima da equipe, da cidade e do torcedor”, celebra Axel. A equipe do ABC Paulista disputa a Série A2 do Paulistão e a Copa Paulista na próxima temporada. “O pensamento é sempre buscar títulos e acessos. Sabino está nos dando toda condição de buscar jogadores que indicamos, mas sempre com os pés no chão para não fazer loucuras. A gente espera contribuir da melhor maneira dentro de campo”, afirma Max Sandro.

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