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OLÁ,

TV DIGITAL chega a São Paulo

A transmissão acaba de estrear em São Paulo, mas, por enquanto, seus efeitos ainda estão na promessa

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h32

Foi com alarde que se anunciou, em cerimônia ocorrida na Sala São Paulo no último domingo (2), a chegada da TV digital ao país. Mas pouca diferença será notada, por enquanto, nos 10 milhões de televisores existentes na cidade, a primeira a entrar no universo da TV digital. Até 2009, gradativamente, o sistema chegará ao restante do país. Só em dez anos a televisão analógica sumirá do mapa. De imediato, a maior parte da população, que ainda depende dos velhos aparelhos de tubo para acompanhar a programação da telinha, pouco ou nada vai notar de diferença. Mesmo que ela desembolse de 499 a 1?100 reais para comprar um conversor – o chamado “set-top box” –, a qualidade de imagem não será superior à da TV por assinatura ou de um filme em DVD. “Apenas os que têm aparelhos de última geração com conversor para receber as transmissões digitais conseguem assistir aos programas em alta definição”, diz o engenheiro especialista em TV digital José Roberto Elias, da Sociedade Brasileira de En-genharia de Televisão. Abaixo, o que muda em São Paulo para quem dispõe de TV paga e para quem só tem acesso à televisão aberta.

Para quem assina TV paga

As TVs por assinatura já transmitem digitalmente a programação das emissoras, mas não em alta definição (HD, do inglês high definition). Será gradual o processo de adequação ao novo sistema. A NET começa a instalar no dia 15 um novo decodificador para os clientes que desejarem aderir à tecnologia. Esse aparelhinho custará 799 reais e será cedido em comodato. A TVA e a Sky só devem disponibilizar sistema parecido em 2008. “Esperamos oferecer um pacote de alta definição entre o Carnaval e as Olimpíadas”, diz Virgílio Amaral, diretor de estratégia e tecnologia da TVA.

Para quem só tem TV aberta

A TV digital vai ocupar a faixa de UHF (Ultrahigh Frequency). Assim, a antena tem de ser específica para UHF. Em alguns pontos da cidade, no entanto, o sinal é mal recebido. A Philips testou aleatoriamente, com um veículo equipado com antena externa, a transmissão digital de 103 pontos em São Paulo (veja mapa ): em 35% deles a cobertura de todos os canais era de boa qualidade, em 52,5% regular e em 12,5% ruim, caso da Avenida Professor Vicente Rao (Brooklin) e da Avenida São Miguel (São Miguel Paulista), entre outros. Para ter acesso ao sistema, é preciso adquirir, além da antena UHF, um set-top box (o conversor cujo preço varia de 499 a 1 100 reais) e uma TV com entrada para áudio e vídeo. Isso não é suficiente para garantir uma imagem com alta definição. Mas, com a transmissão digital, a qualidade já é bem melhor – semelhante à de um DVD ou de uma TV a cabo. Alta definição mesmo, só com um dos modernos televisores Full HD, que não saem por menos de 7?000 reais. Testes realizados há dois anos pelo Laboratório de TV Digital do Mackenzie na área de cobertura do sinal analógico mostraram que em 56% das residências o sinal não atendia às especificações mínimas para uma boa recepção. Ou seja, tinha fantasmas, chuviscos e ruídos. “Como o sinal digital é menos vulnerável a interferências, vamos repetir os testes agora com transmissão digital. Nossas expectativas é que 95% dos domicílios tenham imagem de ótima qualidade”, aposta o professor Gunnar Bedicks Junior, coordenador do laboratório.

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