Trovadores Urbanos comemora duas décadas com show e CD
Grupo que emociona o público com serestas à moda antiga lança o CD 'Amor até o Fim', o sétimo da carreira
Como você reagiria se recebesse a visita dos artistas acima? Conhecido pela personalidade firme, um senhor desabou em prantos quando eles cantaram ‘Peguei um Ita no Norte’, de Dorival Caymmi. Outro não sabia onde se esconder, enquanto, ao lado de sua família, ouvia uma homenagem enviada pela amante. Durante o banho de sol, um presidiário derramou lágrimas ao som de músicas selecionadas pela mulher. No próximo sábado, 12, Dia dos Namorados, os Trovadores Urbanos comemoram duas décadas de atividade. Data melhor não poderia existir. Afinal, eles são conhecidos por derreter corações com serestas à moda antiga, sempre caracterizados com roupas do fim dos anos 20. Desde 1990, presenciaram uma série de situações excêntricas. “Tocamos em delegacia, ônibus, circo, táxi, salão de beleza e até cemitério”, diz uma das integrantes, Maída, que precisou interpretar em francês, japonês e italiano.
A comemoração conta com novo álbum, o sétimo da carreira, batizado de ‘Amor até o Fim’. Uma apresentação no Auditório do Ibirapuera está agendada para o dia 27. Nascidos em Avaré, no interior de São Paulo, os irmãos Maída e Juca Novaes faziam serenatas nas janelas alheias por influência da mãe, uma cantora de rádio. Aos 27 anos, a moça teve a ideia de levar a atividade para a capital. Em parceria com a conterrânea Valéria Caram e o músico paulistano Eduardo Santhana, a dupla publicou um anúncio e, de cara, três cantorias foram solicitadas. “Começamos como uma brincadeira, mas o negócio virou uma bola de neve”, lembra Novaes.
Hoje, a Trovadores Urbanos é uma empresa de sucesso. Além dos quatro artistas originais, que gravam CDs e participam de shows maiores, mais de quarenta pessoas fazem parte da equipe. Com o tempo, surgiram outras atrações, como a ‘Enfermeira do Amor’, a ‘Fada Madrinha’ e o ‘Coração Apaixonado’. Por mês, são contratadas cerca de 400 dessas performances no Brasil inteiro, com formações de duas a vinte pessoas. Os preços vão de 60 reais, custo da mensagem via telefone, até 8 500 reais, pelo show da trupe original.
Clientes estrelados, a exemplo de Xuxa, Ana Maria Braga e Antonio Fagundes, já tiveram um gostinho dos serviços do elenco. Um casarão em Perdizes abriga, há doze anos, a sede do empreendimento, além de servir de palco para uma serenata todas as sextas, das 20 às 22 horas. “É nosso jeito de agradecer a São Paulo pelo carinho”, afirma Maída. Desde 1995, uma nova geração de cantores, o conjunto Trovadores Mirins, composto de crianças de até 15 anos, também causa choradeira por aí. “Nem parece que passou tanto tempo”, diz Novaes. “Que venham mais vinte anos.”