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Três perguntas para Mel Lisboa

Atriz entra em cartaz com <em>Homem Não Entra,</em> sobre prostituição e o início da Boca do Lixo nos anos 50

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h05 - Publicado em 26 abr 2013, 18h25
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  • Ao lado da Cia. Pessoal do Faroeste, a atriz estreia o drama Homem Não Entra, que aborda a prostituição nos anos 50 e o começo da Boca do Lixo.

    O fato de o teatro da Cia.Pessoal do Faroeste ficar na região da cracolândia influencia o seu trabalho? Eu nunca entenderia o que se passa realmente no centro de São Paulo se não estivesse lá todo dia. De perto nossa visão muda. Não é um lugar confortável, mas existe uma atitude política e social nisso. Nessa peça, eu vivo uma prostituta. Quando ando pelo Parque da Luz e vejo aquelas senhorinhas na volta eu entendo o que elas fazem por ali. Antes, eu não teria essa percepção.

    Você chegou a abordar as prostitutas para saber desse cotidiano? Não exatamente. Nós caminhamos muito pelas redondezas da Rua do Triunfo, observamos aqueles pequenos hotéis da Santa Efigênia. A minha personagem é uma militante. Eu me inspiro na Gabriela Leite, que viveu na Boca do Lixo e se tornou líder dos movimentos de defesa das prostitutas. Essas mulheres representam uma grande força de trabalho digno e devem ter reconhecimento.

    Você também vai interpretaruma prostituta na novela Vida Bandida, da Record. Nesse caso, a TV dialoga com o teatro? Mesmo que sejam personagens de épocas diferentes, existe um submundo muito parecido. A linguagem usada é semelhante. Estou envolvida com o espetáculo desde janeiro. Começo a gravar em junho embasada em uma pesquisa. Até fevereiro, fazia outra peça, Cine Camaleão — A Boca do Lixo, ambientada nos anos70, assim como a novela. Isso contribuiu para o trabalho na TV.

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