Ao tentar invadir uma fábrica, o intruso é identificado por um radar terrestre. Imediatamente, a câmera de vídeo mais próxima é acionada e transmite a imagem para uma central de controle. O equipamento monitora um raio de até 12 quilômetros. Apesar de parecer extraída de um filme de ficção, essa parafernália tecnológica já se transformou em realidade para empresas especializadas em segurança. “O radar foi projetado para ser usado em instalações como centrais elétricas, usinas hidrelétricas e poços de petróleo”, explica Christiano Finamore, diretor da Netsolutions, uma das 100 companhias que vão participar da terceira edição da feira ISC Brasil 2008. A ISC (sigla em inglês de Conferência Internacional de Segurança) apresentará entre quarta (18) e sexta (20) no Transamérica Expo Center, em Santo Amaro, as principais novidades em matéria de proteção patrimonial, setor que movimentou 2 bilhões de reais em 2007 no Brasil e cresce 13% ao ano. Apenas na cidade de São Paulo, 600 firmas comercializam produtos nessa área.
Fabricado por uma empresa americana, o tal radar chega a custar 196?000 reais – o preço varia em função do alcance desejado. Pelo alto custo de alguns produtos, a feira reúne um público bem específico. “São consultores e profissionais envolvidos diretamente em projetos de segurança”, diz José Danghesi, organizador do evento. Com a evolução tecnológica, a montagem de um sistema de proteção ficou mais complexa. “Antes, a própria firma responsável pela segurança patrimonial cuidava dos circuitos fechados de TV”, conta Danghesi. “Agora, essa tarefa está nas mãos de especialistas em tecnologia da informação.” Na lista de novidades, a Berkana mostra um celular criptografado, produzido nos Estados Unidos, que bloqueia grampos. Cada aparelho custa em torno de 10?000 reais. “É um produto desenvolvido para a comunicação entre funcionários do alto escalão de uma empresa ou governo”, afirma o diretor executivo Milton Donizeti Heineke.
Outra invenção semelhante que poderá ser vista é o pen drive cujos dados armazenados são criptografados. Para acessá-los, é necessário instalar no computador o software que decifra os códigos. Além disso, no próprio pen drive há um leitor de digitais para identificar seu usuário e evitar que o material seja manipulado por terceiros. Com 4 gigabytes, sai por 1?000 reais. Entre os fabricantes nacionais está a Comtex, especializada em câmeras. O modelo mais conhecido da marca gira 360 graus e tem sido utilizado para o monitoramento de ruas em vários municípios brasileiros. Na ISC, a empresa irá promover uma câmera de vigilância que pode ser adaptada sobre carros de polícia e operada por um joystick. Custa 28?000 reais. “Caso algum flagrante seja gravado em vídeo, esse material poderá ser utilizado como prova”, diz o gerente comercial Sérgio Dourado. Apesar do crescimento constante, o mercado de segurança eletrônica reserva pouco espaço a produtos brasileiros. “Apenas 9% das marcas são nacionais”, aponta Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese). “Mas é um setor novo, e a tendência é ampliarmos cada vez mais nosso espaço.”
• ISC Brasil 2008. Transamérica Expo Center. Avenida Doutor Mário Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro. Informações, 3060-5000. Quarta (18) a sexta (20), 11h às 19h. Grátis. O credenciamento deve ser feito pelo site https://www.iscexpo.com.br.