Os trabalhadores de limpeza urbana da capital entraram em greve nesta terça-feira (8). A categoria protestou por não estar inserida nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. Estão juntas no movimento equipes de varrição das ruas, profissionais que realizam o recolhimento de lixo em portas de residências e os motoristas dos caminhões de coleta de resíduos.
Os garis se manifestaram pedindo respeito e reconhecimento. O serviço de varrição e coleta foi paralisado e alguns pontos da cidade chegaram a acumular lixo. O sindicato responsável por esses profissionais, o SIEMACO, e o sindicato dos motoristas dos caminhões da limpeza urbana, o STERIIISP, afirmam que os grupos são dois dos mais expostos à contaminação da Covid-19. O serviço é essencial e não foi interrompido em nenhum momento da pandemia.
Em nota publicada antes da greve, os sindicatos falaram por meio de nota que a “medida enérgica é a única forma encontrada para chamar a atenção e obter apoio da população e das autoridades para a vacinação imediata das categorias”. Eles dizem que os pedidos feitos para obter a prioridade na vacinação não obtiveram sucesso com o governo estadual, prefeitura ou Amlurb, a autoridade responsável pela limpeza urbana.
O governo do estado afirmou que está em diálogo com o SIEMACO e STERIIISP e que o Programa Estadual de Imunização (PEI) segue as diretrizes do plano nacional do Ministério da Saúde, o PNI, que definem quais são os públicos-alvos a serem imunizados.
A gestão municipal disse estar dialogando com o SIEMACO e que já vacinou todos os profissionais responsáveis por coletar Resíduos de Saúde por considerá-los em situação de maior vulnerabilidade em relação ao vírus. A prefeitura também explica que a inserção de novos grupos depende diretamente da chegada de mais doses de imunizantes.
A autoridade responsável pela limpeza urbana, Amlurb, afirmou não ter sido informada sobre a greve e, por serem categorias pertencentes a serviços essenciais, foi desrespeitada a lei geral de greve que determina a comunicação prévia de 72 horas antes da paralisação. Além disso, seria exigido que uma parcela dos profissionais permanecesse em suas funções.
A assessoria de imprensa da SIEMACO diz, porém, que “a decisão pela greve não foi monocrática, sem diálogo, como o prefeito está querendo dizer. Desde maio do ano passado estamos mandando emails, ofícios, tentando falar com a prefeitura e a Amlurb”. Também conversaram, nesta segunda-feira (7), com a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, que disse que entendia a situação, mas nada podia fazer.
+Assine a Vejinha a partir de 8,90.