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OLÁ,

Startup paulistana cria ‘Tinder’ para veganos e pessoas de esquerda

Crescem os aplicativos de namoro feitos para unir casais que compartilham a mesma ideologia ou estilo de vida

Por Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 3 fev 2023, 13h43 - Publicado em 3 fev 2023, 06h00
Dani segura Elis no colo. Ela está agachada ao lado de Fabio em uma estrutura de madeira no parque
Danielle, Fabio e a pequena Elis: unidos pelo aplicativo Veggly (Arquivo Pessoal/Divulgação)
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O adestrador de cães Fabio Batista, 41, aderiu ao vegetarianismo em 2011. Danielle Kind, 40, servidora pública, adotou o veganismo em 2009. Em 2019, ela encontrou o perfil de Fabio no Veggly, um aplicativo de relacionamentos que conecta pessoas que não consomem carne. “A Dani me ganhou ao fazer um jantar vegano no primeiro date”, ele diz.

A ideia não é nova. Há plataformas como o Grazer, o TofuTogether e o VegPal para o mesmo perfil de ativistas, mas todas criadas no exterior e com pouca influência entre os brasileiros. Lançado em 2019 pela startup paulistana Similar Souls, o Veggly tem conquistado quase 30 000 novas inscrições por mês. São Paulo é a segunda cidade com mais usuários ativos da tecnologia, atrás apenas de Londres, na Inglaterra — o app existe em 180 países.

No Veggly, além de informações como idade e gênero, o usuário indica o estilo de alimentação e o nível de ativismo que pratica. Os perfis aparecem em formato de lista, diferente de aplicativos mais conhecidos como o Tinder, que mostram um pretendente por vez. “O objetivo é criar um senso de comunidade e evitar as seleções mecânicas”, afirma (o vegano) Alex Felipelli, cofundador da Similar Souls.

No ano passado, a startup fez uma pesquisa para descobrir quais outras características os usuários do Veggly buscavam nos parceiros. Mais de 70% levavam em consideração as ideologias políticas. Os fundadores, então, lançaram o Lefty, aplicativo de namoro voltado para quem se identifica com as ideias da esquerda.

No ar desde junho do ano passado, o Lefty já superou os números de usuários ativos do Veggly — enquanto o primeiro tem 70 000 cadastros, o segundo gira em torno dos 62 000 no Brasil. “A intenção não é promover a polarização política, mas atender a uma demanda que existe e foi impulsionada nas últimas eleições”, afirma Felipelli.

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Para Fabio e Danielle, relacionar-se com alguém que também não compra produtos de origem animal impacta desde a escolha do restaurante até as compras do mês. “Não é só a alimentação, mas os hábitos gerais. Não usamos cosméticos testados em animais ou couro, separamos o lixo da casa”, ela diz. O resultado do amor vegano é Elis, filha de 1 ano e meio do casal.

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