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Tiago Abravanel: “Estou apavorado com a estreia em São Paulo”

Ator sobe ao palco do Procópio Ferreira no próximo dia 9 de março

Por Adriano Conter
Atualizado em 5 dez 2016, 17h21 - Publicado em 2 mar 2012, 17h10

Muito elogiado por sua temporada no Rio de Janeiro, o ator paulistano Tiago Abravanel, de 24 anos, encena em São Paulo o musical “Tim Maia – Vale Tudo”, no Teatro Procópio Ferreira, a partir do dia 9 de março.

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Visto por mais de 100 mil pessoas na capital fluminense, o espetáculo é inspirado em livro de Nelson Motta e cobre desde a infância até o último show do cantor e compositor.

Izabella Bicalho, Lilian Valeska, Pedro Lima, Andreh Viéri, Bernardo La Rocque, Reiner Tenente, Evelyn Castro, Pablo Ascoli, Aline Wirley e Leticia Pedroza completam o elenco, dirigido por João Fonseca.

Abaixo, Abravanel, que é neto de Silvio Santos, fala mais sobre a peça.

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VEJA SÃO PAULO – Nas audições para o papel, o diretor João Fonseca disse a você que não gostava de uma das músicas que tinha escolhido, “Eu Amo Você”. O que pensou nessa hora?
Tiago Abravanel –
Fiquei muito nervoso. Mas já que havia preparado, ele mandou cantar aquela mesma. Depois, os olhos dele encheram de lágrimas. Hoje, essa é uma das músicas de que a gente mais gosta no espetáculo. É um momento de sensibilidade que faço com Lilian Valeska, na pele de Janete, um dos maiores amores de Tim.

VEJA SÃO PAULO – O estilo de João Fonseca é simplista: pouco cenário e o máximo dos atores. Como é trabalhar com ele?
Tiago Abravanel –
Trabalhar com João foi uma das experiências mais incríveis. Em outros espetáculos, alguns detalhes – como luzes que descem ou diferentes coisas que tiram a atenção – vão aliviando a responsabilidade do elenco. Com João, ou você faz com o coração ou não rola.

VEJA SÃO PAULO – Foram muitas as músicas que ficaram de fora da montagem. Se pudesse escolher, teria colocado algo diferente?
Tiago Abravanel –
Confesso que sou muito apegado à montagem. Não tiraria e não colocaria nada. Até porque as músicas fazem parte de um texto e nem todas as canções casariam com a história. Alguém sempre pergunta sobre alguma música que não entrou, mas se o repertório inteiro do Tim fosse aproveitado, a peça teria dez horas.

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VEJA SÃO PAULO – Estava descansando a voz na última segunda, quando não pôde dar entrevista. Qual é a sua rotina de preparação para fazer o musical?
Tiago Abravanel –
Não só pela quantidade de músicas, mas pela evolução vocal durante o espetáculo, preciso me policiar. Tenho que descansar minha voz durante um dia inteiro na semana, sem falar nada, e dormir bem.

VEJA SÃO PAULO – E como construiu seu personagem? Já havia lido o texto de Nelson Motta?
Tiago Abravanel –
Não tinha lido. Comprei o livro quando fui chamado para o teste e me peguei chorando em vários capítulos. Também assisti a cerca de vinte horas de vídeo, com entrevistas e shows. E ainda conversei com pessoas que conviveram com ele. Mas foi tudo muito rápido, começamos a ensaiar e estreamos o espetáculo em seis semanas.

VEJA SÃO PAULO – E as partes mais pesadas da vida de Tim Maia. São mais difíceis de fazer? Como foi apresentar esses momentos para Carmelo Maia, o filho do cantor?
Tiago Abravanel –
Quando vejo algum conhecido de Tim na plateia me dá um nervosismo, pois somos cúmplices naquele momento. No entanto, apesar daquela história ser real, no palco ela é lúdica. O filho e a irmã de Tim foram muito importantes para a evolução do espetáculo. Foi muito bacana saber também a opinião de pessoas como o Erasmo Carlos.

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VEJA SÃO PAULO – Já tinha atuado nos musicais “Miss Saigon” e “Hairspray”. Eles ajudaram a fazer “Tim Maia”?
Tiago Abravanel –
Sem essa experiência, não sei se conseguiria, se daria conta. É essencial adquirir resistência para passar três horas no palco.

VEJA SÃO PAULO – E a dança, vem fácil para você também?
Tiago Abravanel –
Tenho uma frustração de não ter sido bailarino quando criança. Mesmo se virar cantor, sempre estarei ligado à música dançante.

VEJA SÃO PAULO – Você perseguiria uma carreira de cantor mesmo que tivesse que desistir de atuar?
Tiago Abravanel –
Nunca deixaria de ser ator. Posso tocar outros projetos em paralelo, mas deixar de encenar, nunca. É o que me alimenta, lava a alma. Estive com a cantora Ana Carolina recentemente e conversamos exatamente sobre isso. Foi incrível. Ela perguntou se eu tinha vontade de gravar um CD. Respondi que esse seria um momento muito particular e tenho medo de ser empurrado para isso sem ter o que dizer. Antes eu nunca havia me visto como cantor, sem a máscara do teatro.

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VEJA SÃO PAULO – Aqui em São Paulo você vai receber muito amigos.
Tiago Abravanel –
Estou muito nervoso e feliz de mostrar para meus amigos. Tenho muita gente em São Paulo. Na verdade, estou apavorado. A peça teve uma repercussão muito boa no Rio e é mais difícil administrar algo que já tenha respaldo.

VEJA SÃO PAULO – Como anda o projeto da novela com Glória Perez?
Tiago Abravanel –
Mais detalhes eu saberei na semana que vem, quando tenho um encontro com a equipe. Mas que vai rolar, vai rolar.

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