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OLÁ,

Testes de despoluição do Rio Pinheiros

Governo estadual refaz planos, será que agora vai?

Por Fábio Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 19h31 - Publicado em 18 set 2009, 20h27

Em 2001, a adoção do sistema de flotação foi apontada como uma possível salvação para o poluído Rio Pinheiros. Depois de uma série de entraves com ambientalistas e o Ministério Público, os primeiros testes com o processo já deram alguns resultados positivos. “Poluentes como o fósforo foram reduzidos em até 92%”, afirma Antonio Bolognesi, diretor da Empresa Metro-politana de Água e Esgoto (Emae). “Mas quando analisamos substâncias como o nitrogênio amoniacal e o alumínio solúvel, a conclusão é que ainda não atingimos níveis tão relevantes.” No último dia 18, a Emae começou a refazer os testes, com algumas modificações, a fim de atingir os parâmetros definidos pela Justiça para que a flotação possa ser usada em definitivo. A nova avaliação vai levar oito meses e custará 40 milhões de reais.

Especialistas contrários ao plano alegam que, apesar de eficaz na remoção dos contaminantes suspensos, o sistema não elimina poluentes dissolvidos. Ou seja, a água fica limpa na aparência, mas continua impura. Em 2003, uma ação do Ministério Público Estadual fez a Justiça barrar o início dos testes. Os equipamentos passaram quatro anos desligados até a Emae se comprometer a fazer um estudo de impacto ambiental para submeter ao Conselho Estadual do Meio Ambiente. Desde então, uma equipe designada pelo Ministério Público acompanha os trabalhos. “Com os resultados atuais, a implantação não seria aprovada”, afirma o promotor José Eduardo Lutti.

A flotação consiste em adicionar produtos químicos à água suja em um trecho do rio próximo à Represa Billings, fazendo com que os resíduos se aglutinem na superfície. Nessa etapa de testes, a água tratada é direcionada para a represa com vazão de 10 000 litros por segundo ? a meta, para quando o projeto funcionar plenamente, é de 50?000 litros. Foram instalados 28 pontos de monitoramento na Billings, onde antes havia seis. O objetivo é reduzir a influência dos poluentes despejados pelas ocupações ilegais às margens do reservatório nos resultados da medição. De acordo com o planejamento inicial do governo, oito anos atrás, a implantação total do sistema custaria 350 milhões de reais. Além da questão ambiental, o aumento da capacidade hídrica da Billings permitiria triplicar a energia elétrica gerada pela usina de Cubatão, o que serviria para pagar o investimento.

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