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Comissão se reúne para discutir futuro de terreno vizinho do Oficina

Condephaat aprovou em maio a construção de duas torres no local. Artistas, público e políticos se reuniram para discutir o que deve ser feito no local

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h40 - Publicado em 6 set 2013, 11h03
teatro oficina
teatro oficina (Reprodução / Teatro Oficina/)
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A comissão de educação e cultura da Assembleia Legislativa do Estado vai entrar com um recurso para revisão da decisão do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio  Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) que autorizou a construção de duas torres em um terreno ao lado do Teatro Oficina, no Bixiga, região central.

Na quinta-feira (5), a comissão realizou uma audiência pública no próprio Teatro Oficina para discutir a decisão. Convocada pelo deputado estadual João Paulo Rillo, a audiência teve a participação do secretário de Cultura Marcelo Mattos, do promotor de habitação e urbanismo Maurício Ribeiro Freitas, das presidentes dos órgãos de preservação estadual e municipal Ana Lanna e Nadia Somekh e de outros deputados da comissão de educação e cultura da Assembleia.

Diretor e idealizador da companhia, Zé Celso Martinez Corrêa afirmou que o tombamento feito em 1982 foi realizado para preservar a própria companhia e que a construção das torres será prejudicial para o prédio e para o projeto inicial da arquiteta Lina Bardi, que previa um complexo cultural para o local. “Precisamos fazer que esse obstáculo seja um trampolim para uma decisão definitiva para o espaço.” 

O terreno pertence à empreiteira Sisan, do Grupo Sílvio Santos. Por celular, o representante da empreiteira, Eduardo Vellucci, afirmou que o grupo quer a manutenção e preservação do espaço e que está trabalhando com o Teatro e com as esferas do poder público para que a questão se resolva. Há alguns anos, o Oficina conseguiu barrar a construção de um shopping no espaço.

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A presidente do Condephaat Ana Lanna explicou que a decisão do órgão se baseou na legislação, que não impede construções nos arredores do edifício. A historiadora defende que a preservação não seja feita somente pelo tombamento, mas por uma política cultural. “Podemos pensar para além do tombamento, como patrimônio cultural, para mobilizarmos outros setores da sociedade”, afirmou.

O secretário de cultura também defendeu a implementação do projeto como um todo, mas cobrou do legislativo uma ação mais propositiva, inclusive na destinação do orçamento para a questão. A comissão pretende, além de pedir a revisão do parecer, entrar com pedido de desapropriação do terreno.

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