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OLÁ,

Táxi com wi-fi, bebidas e videogame

Motoristas com espírito empreendedor oferecem mimos gratuitos para fidelizar a clientela

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 5 dez 2016, 17h28 - Publicado em 13 jan 2012, 23h50
Táxi 2252 - Sebastião Junior
Táxi 2252 - Sebastião Junior (Fernando Moraes/)
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A Zafira de Sebastião Junior parece só mais um entre os 33.700 táxis que circulam pela capital. Quem toma o carro no ponto ao lado do Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, porém, se surpreende ao ser apresentado aos diferenciais do serviço. “Vou avisando ao cliente que é possível conectar o tablet ou o celular no wi-fi do veículo”, diz ele. Se quiser descansar um pouco da internet, o passageiro poderá folhear revistas (ele assina pelo menos quatro títulos), ver televisão ou jogar videogame PlayStation 2. Por fim, tomar água, chupar uma balinha e pagar a corrida com cartão de crédito ou débito, ao mesmo preço da tabela-padrão cobrada por qualquer concorrente desprovido desses atrativos. “Não me falta freguesia”, orgulha-se. Com investimento inicial de 6.000 reais na compra desses equipamentos e gastos mensais de 150 reais, calcula-se que ele fature cerca de 7.500 reais por mês.

Fernando Moraes

Sebastião Junior: videogame e outros atrativos sem cobrar a mais por isso

“Esse tipo de inovação é uma tendência para quem não quer perder dinheiro ao ficar horas parado no ponto”, diz o presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Silva. Apesar da dificuldade crescente dos paulistanos em encontrar um carro em horário de pico, reflexo do aquecimento da economia nos últimos anos, fazer rodar o taxímetro nos períodos mais mornos ainda é um desafio, especialmente depois que a competição pelos passageiros aumentou — no fim do ano, foram concedidos 1.200 novos alvarás a profissionais da área.
Na praça apenas desde 2009, Roldan Amorim, de 28 anos, já aprendeu a lição e, com seu Honda City, aposta nos chamados de estrangeiros que visitam São Paulo. “Tenho no meu carro um iPod com mais de 900 músicas para o passageiro escolher e uma tela com imagens de pontos turísticos da cidade”, conta ele, que arranha o inglês. “Meu pai trabalhou no ramo a vida inteira e nunca pensou em inovar assim, mas eu percebi logo a importância desse tipo de atitude.”
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De olho em eventos como a Copa do Mundo, uma campanha intitulada Taxista Nota 10 tenta dar respaldo a quem está disposto a se aprimorar. Encabeçado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com parceiros como a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o projeto distribuirá quinze edições mensais de um informativo impresso que traz notícias sobre gestão de negócios, finanças, marketing pessoal e empreendedorismo. Cursos a distância de inglês ou espanhol completam a grade. A meta é atender 20.000 motoristas na metrópole até 2014.
Por enquanto, achar nas ruas um táxi repleto de regalias é uma loteria. Garantia de conforto só com serviços mais caros, como o da cooperativa Cooperluxo, cuja tarifa é 50% maior. Sua frota de 120 automóveis oferece TV, wi-fi, tablets, frigobar com água de coco de caixinha e vidros blindados. Quem mima o passageiro cobrando o preço de tabela costuma desdenhar. “Quero que meu cliente saia do carro sabendo que pagou barato”, diz João Batista, há treze anos na praça, com longa lista de cortesias, que crescem ano a ano. Hoje, oferece revistas, água, uma dose de uísque com gelo transportado em sacola térmica — antes disso, assim que o freguês se acomoda nos bancos aveludados, ele aciona a sonoplastia de uma salva de palmas, com direito a assovios e gritinhos, como agradecimento pela preferência. “Faço de tudo para agradar.”
É SÓ CHAMARComo encontrar esses motoristas
Sebastião Junior
Tel.: 9708-0075, junior.taxi@hotmail.com
João Batista
Tel.: 8527-1088, oseutaxi@oseutaxi.com
Nilson Carvalho
Tel.: 3951-8849, contato@cooperluxo.com.br
Roldan Amorim
Tel.: 9429-0927, taxiando@yahoo.com.br

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