Em seu primeiro discurso após ser empossado governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacou a grande responsabilidade de governar um estado tão grande, agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro (PL), citou ex-governadores do PSDB, Gilberto Kassab, disse que vai “governar para todos” e pretende “fazer a diferença” e reforçou promessas de campanha na área econômica, social e de infraestrutura.
“Entendemos o recado das urnas: vamos governar para todos, renovando a esperança de um futuro melhor, percebendo e explorando cada potencial do Estado, apostando na inovação, na tecnologia como arma poderosa para o crescimento e para a melhoria na prestação dos serviços”, ressaltou.
“Na política, inicio meus agradecimentos ao presidente Jair Bolsonaro, que me lançou na candidatura, que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento, quanta ousadia”, falou, e parlamentares que estavam no plenário da Assembleia Legislativa (Alesp) bateram palmas e gritaram.
Tarcísio ainda exaltou o “perfil técnico” de seu secretariado, prometeu fazer “leilões inovadores” em São Paulo, nos moldes que fez quando era ministro da Infraestrutura e disse esperar dialogar com a oposição. “Esperamos a interlocução e o diálogo franco, nós estaremos pronto para a discussão de ideias, não somos donos da verdade. Não hesitaremos em dar passos atrás quando necessário, mas estamos extremamente atentos da nossa responsabilidade e comprometidos com o acerto”, afirmou.
O governador ainda pregou uma maior força política do estado, porque em sua visão “há um desbalanceamento entre o peso econômico de São Paulo e o peso político de São Paulo”, e fez compromissos de políticas públicas para reduzir a pobreza. “O crescimento econômico não é um fim em si mesmo. Há uma razão para que persigamos insistentemente o crescimento: é o resgate social. A grande finalidade do mandato é fazer a diferença. Cada meta alcançada muda realidades, transforma trajetórias, traz esperança, dignidade. Dignidade é uma palavra chave. Não podemos ficar inertes ao sofrimento cotidiano de dependentes químicos amontoados nas cracolândias, insensíveis com a situação de quem não tem abrigo, emprego, futuro. Não podemos achar normal a fome e, em um mundo que dispõe de tanta tecnologia, não podemos tolerar o analfabetismo”, acrescentou.
Ao fim, citou Franco Montoro e Mário Covas, ex-governadores de São Paulo. Quando deixou a Alesp, grupos com pautas antidemocráticas que acampam no Comando Militar do Sudeste, ao lado da Casa legislativa, gritavam “Tarcísio, Tarcísio”. Ele não foi até o local.
Tarcísio deixou a Alesp por volta das 10h e foi até o Palácio dos Bandeirantes, onde falou para um auditório lotado de secretários, familiares, amigos e apoiadores. Ele repetiu o discurso feito anteriormente, mas dedicou mais tempo de sua fala para agradecer a sua família – e se emocionou. O novo governador estava acompanhado da esposa Cristiane e de sua mãe, Maria Alice. “Ela fez um sacrifício grande para estar comigo hoje, obrigado mãe”, disse. “Gratidão a minha esposa Cristiane, meu pilar, minha fortaleza, pessoa mais verdadeira e forte que eu conheci, esteve comigo em todos os momentos, me acompanhou na batalha contra o Câncer, na Amazônia, no Haiti. Meus filhos Mateus e Letícia, que me inspiram diariamente, a quem devo muito pela compreensão e apoio em toda essa jornada”, acrescentou, com a voz embargada de choro.