Em trinta sites e noventa comunidades do Orkut, uma legião de fãs fervorosos discute as possíveis opções do cardápio. Vai ter muffin de blueberry? O grão do café será o mesmo usado nas filiais americanas? As bebidas virão nos característicos copos de papel ou em xícaras? Dá para entender a expectativa em torno da chegada à cidade da Starbucks, que inaugura neste fim de semana uma unidade na nova ala do MorumbiShopping. Criada em 1971 em Seattle, a badalada rede espalhou sua marca por 37 países e conta hoje com 12 440 unidades e 40 milhões de freqüentadores semanais.
O ambiente e o atendimento da loja paulistana seguem o padrão das estrangeiras: decoração moderninha, música e garçons jovens que chamam a clientela pelo nome. O mesmo vale para os cafés. Carro-chefe da rede, o caramel frappuccino, que leva café, gelo, xarope de caramelo, leite e uma farta dose de chantilly, aporta por aqui com suas deliciosas 830 calorias. Com exceção do expresso, as bebidas são servidas em três tamanhos, o tall (340 mililitros), o grande (453 mililitros) e o venti (quase um balde, com 680 mililitros). “Fizemos mínimas adaptações no menu, como introduzir pão de queijo e croissants de catupiry”, explica a empresária Maria Luisa Rodenbeck, responsável pela chegada da marca. Casada com o americano Peter Rodenbeck, que trouxe o McDonald’s para o Brasil na década de 80, ela também é sócia da rede australiana de restaurantes Outback. “A Starbucks encara o país como um dos principais mercados para investimentos”, diz. “A classe média daqui já conhece a marca de viagens ao exterior ou de indicações de amigos.”
Há pelo menos cinco anos a Starbucks ensaia seu desembarque em São Paulo. O momento não poderia ser melhor. No mercado de cafeterias, que começou a se expandir na cidade nos últimos dez anos, os números são superlativos. Os paulistanos consomem 16 milhões de xícaras por dia, sendo que o movimento em lugares como Cafeera, Santo Grão e Il Barista cresce a uma média de 20% ao ano. Só no MorumbiShopping, onde será inaugurada mais uma unidade da Starbucks ainda neste mês, há dezenove concorrentes. Por isso, a rede americana estudou por três meses as tabelas de preços que seriam adotadas. Lá fora, um simples latte – café com um pouco de leite – sai por 4 dólares (9 reais). Por aqui, vai custar 5,50 reais. Um café expresso será vendido por 2,80. O caramel frappuccino, de 7,50 a 9,80 reais, dependendo do tamanho. Ah, sim, o muffin de blueberry… Quem quiser prová-lo desembolsará 5 reais.