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SP prevê reformar 310 km de ciclofaixas até o fim de 2020, mas concluiu 9 km

Ciclistas se queixam da falta de sinalização em vias apagadas e de divulgação de um cronograma detalhado das obras

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 14 fev 2020, 15h50 - Publicado em 18 nov 2019, 10h54
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 (Divulgação/Veja SP)
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Com a promessa de revitalizar até o fim do próximo ano 310 quilômetros de ciclofaixas, a Prefeitura de São Paulo reformou 9 quilômetros de vias desse tipo em dois meses e meio, desde o começo dos trabalhos no fim de agosto. Trechos com obras iniciadas ou em fase de instalação das sinalizações somam cerca de 37 quilômetros. Ciclistas que usaram os trechos revitalizados elogiam a nova estrutura, mas se queixam da falta de sinalização em vias apagadas e de divulgação de um cronograma detalhado.

“O andamento das obras está muito lento e falta comunicação, pois deveriam ter mais faixas informativas, sinalização e cones, dividindo o espaço”, critica Aline Cavalcante, diretora de participação pública da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). Mas ela avalia positivamente o novo modelo de ciclofaixa. “Estão com mais qualidade e segurança, mais tachões. A pintura está melhor. Quando começaram a ser apagadas, ficamos com receio de remoção, no entanto a Prefeitura afirmou que nenhuma ciclofaixa desapareceria.”

Questionada, a gestão Bruno Covas (PSDB) não detalhou cronograma e só disse, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que a requalificação deve ser executada no “biênio 2019/2020”. Informou que “os serviços incluem renovação do pavimento asfáltico e aplicação do novo padrão de sinalização com pintura vermelha apenas na aproximação das travessias. Também são instalados tachões a cada metro”. A CET afirmou ainda que a linha de bordo está sendo feita, de modo emergencial, para alertar motoristas sobre a continuidade da existência da ciclofaixa.

A rota para bikes da Avenida Corifeu de Azevedo Marques, na Lapa zona oeste da capital, é um dos locais onde a obra foi finalizada no fim de outubro. Diferentemente da antiga pintura no asfalto, que era por toda a extensão em vermelho e com tachões e pinos de segurança, o novo padrão apresenta pintura vermelha só nos 10 metros de aproximação com os cruzamentos.

No restante da faixa, são desenhados símbolos de bicicletas no asfalto e linhas de bordo (vermelha e branca) dividindo o espaço entre bicicletas e carros. Tachões amarelos são instalados a cada metro da via, em cima da faixa branca, podendo variar de acordo com o projeto. “Na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, por exemplo, o espaçamento é menor que um metro. Lá ainda há trechos com segregador, onde não há calçadas, para aumentar a segurança dos ciclistas”, afirmou a CET.

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Entre o fim de agosto e o início de setembro, ciclistas reclamaram de trechos que começaram a ser apagados, sem aviso prévio, o que levantou dúvidas se haveria revitalização ou remoção definitiva das vias.

Em algumas vias, o trecho de ciclofaixa de ida e volta divide o mesmo espaço, sendo os sentidos separados apenas por uma faixa amarela. Em outros, como na Corifeu, uma calçada central separa os dois lados da ciclofaixa.

“A nova pintura tem ficado boa, com mais tachões no chão, algo que ajuda a coibir um pouco as invasões de carros e melhora a sinalização. Porém, ainda continuam apagando ciclofaixas e deixando os ciclistas na mão”, afirma Alex Gomes, consultor em mobilidade urbana e autor do Blog São Paulo na Bike, do Estado.

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Recentemente, Gomes foi surpreendido. “Apagaram um trecho da Rua 13 de maio, perto da Avenida Paulista (região central), há alguns dias. Eu a usava para levar meu filho para a escolinha. Só há uma faixa dizendo ‘Ciclovia em manutenção’, mas sem cones”. A CET disse que a estrutura cicloviária teve obras iniciadas recentemente e recebeu faixas de vinil para alertar motoristas e ciclistas.

Em Pinheiros, na zona oeste, a falta de sinalização na ciclofaixa da Rua Costa Carvalho, levou motoristas a desrespeitarem a pista destinada aos ciclistas. “Nunca foram realizadas a pintura e a sinalização adequadas. O máximo que temos são algumas placas de ‘proibido parar’ e outras sinalizando bicicletas. A consequência disso é que os motoristas ignoram completamente e estacionam em cima da faixa”, afirmou o engenheiro Martim Kurauchi, de 32 anos, que usa a via.

Sobre esse trecho, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras disse que a via irá receber “melhorias previstas na Operação Urbana Consorciada Faria Lima, Fase III – Largo da Batata”, onde será feita a readequação do pavimento, sarjeta e sinalização”.

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A ciclofaixa da Rua Frederico Abranches, em Santa Cecília, na região central, é outra que está com estrutura bastante danificada. Segundo a CET, ela deve ser incluída em programas de manutenções específicas.

Conforme a CET, os 193 quilômetros restantes da malha cicloviária serão incluídos em programas de manutenção específicos. O plano de metas da Prefeitura, revisado por Covas em abril, também prevê a criação de 173 km de conexões, com verba total de R$ 325,7 milhões para o biênio 2019/2020.

A cidade tem 503,6 quilômetros de infraestrutura cicloviária – boa parte deles criado nos últimos anos, quando a Prefeitura investiu mais nesse modal de transporte (leia mais nesta pág.). O Programa de Metas também prevê um novo Plano Cicloviário, que ainda não tem data definida para ser apresentado.

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As ciclofaixas ganharam força durante o governo Fernando Haddad (PT), que tinha no estímulo a bikes uma das suas marcas de gestão. Entre 2013 e 2016, a malha cicloviária de São Paulo cresceu de 64,7 km para 381,7 km – mais de 75% da estrutura que existe hoje. Na época, entretanto, as novas instalações foram acompanhadas por uma série de críticas, entre elas a falta de diálogo prévio com comerciantes e moradores de áreas contempladas.

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