As lojas, restaurantes e cinema do Brascan Open Mall, uma praça de 7 000 metros quadrados em frente a um empreendimento multiúso na Rua Joaquim Floriano, no Itaim Bibi, passarão por um retrofit (uma reforma completa) de 14 milhões de reais. O espaço, vendido para a HBR Realty em janeiro, tenta retomar os tempos áureos da inauguração, em 2003.
O banho de loja vai incluir a remodelação dos 2 900 metros quadrados de espaços comerciais e a melhora da iluminação e do paisagismo, além da reforma da garagem e da unidade do cinema Kinoplex, que passará a ser padrão Platinum, com poltronas maiores e reclináveis. Até o nome vai mudar: a praça será rebatizada para ConVem Itaim. Novos inquilinos se preparam para ocupar um ponto no local, como o chef Érick Jacquin, que montará ali um café e um restaurante da marca Ça-Va. “O retrofit e a requalificação do mix das lojas vão resgatar a saudosa experiência dos bons restaurantes e cafés em praças, além das idas ao cinema em um ambiente de convívio”, diz Alexandre Nakano, diretor de operações da HBR Realty, dona da bandeira ConVem.
Os espaços comerciais são as fachadas ativas do Brascan Century Plaza, um conjunto de três torres de uso misto — duas corporativas e uma de hotel e flats — que somam 100 000 metros quadrados de construção. Atualmente, dos vinte pontos no térreo, apenas dez estão ocupados, em uma confusa mistura que inclui uma casa de câmbio, um laboratório médico, fast foods e restaurantes. A ideia é transformar o espaço em uma “vila gourmet” de alto padrão, para atender não somente o público que circula nos prédios da praça, mas moradores e o pessoal que trabalha no entorno.
O público parece concordar com a pertinência de uma modernização. “É um local antigo. Além da reforma, precisa de uma reestruturação dos serviços”, acredita a gerente de marketing Roberta Guerra, 37 — ela e o marido, o administrador Felipe Carriol, 38, tomavam um açaí na praça para celebrar: na unidade vizinha do Hospital Sírio-Libanês, ela tinha acabado de saber que estava grávida.
Quem está com o pé atrás são os atuais inquilinos, alguns com contratos para vencer. “Não fomos informados sobre o que vai mudar e isso causa apreensão”, diz Jederson Mendes, gerente do restaurante Rizzo Italian Grill, ali desde 2004. “Não compramos para expulsar ninguém. Só queremos atingir um patamar acima”, afirma Nakano.
Publicado em VEJA São Paulo de 23 de agosto de 2023, edição nº 2855