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SP-Arte movimenta 26 milhões de reais e reúne obras de 1 400 artistas

O evento, que ocupa o Pavilhão da Bienal pela sexta vez de quinta (29) a domingo (2), emprega direta e indiretamente 2 000 pessoas

Por Sara Duarte
Atualizado em 5 dez 2016, 18h51 - Publicado em 23 abr 2010, 20h27

Um batalhão de 300 operários põe de pé 79 estandes de madeira e alumínio no Ibirapuera, enquanto quarenta funcionários de uma transportadora da Casa Verde conferem obras de arte trazidas do exterior. No Itaim Bibi, o time de um escritório de arquitetura discute a construção de dois lounges. Já em Higienópolis, uma molduraria faz retoques finais num lote de fotos. Apesar das diferenças geográficas, todos trabalham com o mesmo objetivo: garantir o sucesso da SP-Arte, a principal feira de galeristas do país.

O evento, que ocupa o Pavilhão da Bienal pela sexta vez de quinta (29) a domingo (2), emprega direta e indiretamente 2 000 pessoas em cerca de trinta empresas paulistanas, ao longo de dez meses de trabalho. “Assim que acaba uma edição, começamos a pensar na próxima”, diz Fernanda Feitosa, criadora e diretora dessa espécie de megaexposição. “Queremos ser para o mundo das artes plásticas o mesmo que a São Paulo Fashion Week representa para o calendário da moda internacional.”

Realizada no Pavilhão da Bienal desde a primeira edição, em 2005, a SP-Arte tem contrato para ocupar o espaço durante uma semana, sempre entre abril e maio, até 2015. O primeiro passo é definir a lista de participantes. Fernanda e sua equipe de sete pessoas entram em contato com os mais de quarenta marchands inscritos numa lista de espera de candidatos a integrar a feira. “Vou pessoalmente visitá-los para avaliar se têm o perfil que nos interessa”, explica.

Neste ano, serão 41 galerias paulistanas e 28 de outras cidades brasileiras (além de dez internacionais e uma virtual). Cada estande funciona como uma pequena loja. Juntos, abrigarão 2 500 obras criadas por 1 400 artistas. Os preços começam em 1 000 reais, cobrados por algumas gravuras, e alcançam valores estratosféricos, como três pinturas da série Metaesquema, de Hélio Oiticica, avaliadas em 1,2 milhão de reais cada uma.

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Escolhidos os participantes — treze novas galerias juntaram-se ao grupo em 2010 —, é hora de pensar na ambientação. Nesta edição, além de uma filial da rede Starbucks, há dois lounges assinados pela arquiteta Fernanda Marques e um setor chamado Ateliê Fidalga, com obras feitas in loco sob a coordenação dos proprietários Sandra Cinto e Albano Afonso. Cada um dos galeristas se encarrega de bolar seu estande, planejamento que costuma ter início em meados do ano anterior. Por meio de um programa de computador que dá a noção exata da dimensão do espaço, eles decidem onde ficará cada peça, a quantidade de lâmpadas necessária e o tipo de carpete mais adequado. “Isso é essencial para evitar mal-entendidos e discussões na hora de tirar os projetos do papel, o que só ocorre uma semana antes da mostra”, afirma o arquiteto Ricardo Miyahara, da empresa CBM, responsável pela montagem da feira.

Há quem trabalhe após o término do evento, como o casal Cintia Alves e Markus Henrichs. Ele é gerente comercial da empresa dela, a transportadora Alves Tegam, contratada para trazer e armazenar, de outros estados e países, mais da metade das obras da SP-Arte. “Vamos parar apenas em junho, quando tivermos devolvido as peças não vendidas aos lugares de origem”, afirma Cintia. O seguro custa, em geral, de 0,5% a 1% do valor declarado da obra no imposto de renda. Para os galeristas paulistanos, a logística costuma ser mais simples. Basta levar as peças até uma molduraria como a Capricho, em Higienópolis. “Alguns artistas ficam do nosso lado, acompanhando cada passo do trabalho”, conta a proprietária, Ana Celia Monteiro. “Tratamos as peças como se fossem um bebê. Afinal, são como filhos para eles.”

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