Depois de um dia de trabalho intenso, de passar intermináveis minutos no trânsito lento e de cumprir prazos e compromissos que parecem não acabar nunca, você finalmente chega em casa. Aos poucos, percebe que o ritmo frenético começa a diminuir. As luzes vão se acendendo lá fora, o barulho do tráfego diminui, o cansaço se impõe ao corpo… Logo, a cama parece extremamente irresistível. É hora então de submergir em um merecido descanso. Ou, ao menos, deveria ser. Para muitos dos que moram em São Paulo, o mais provável é que as horas seguintes sejam marcadas pela angústia de assistir ao tempo passar ou por recorrentes despertares que os fisgam do relaxamento profundo. Nada menos do que 77% dos paulistanos sofrem de algum problema relacionado ao sono, segundo pesquisa inédita realizada pelo Instituto do Sono, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foram entrevistadas 1 101 pessoas entre 20 e 80 anos, moradoras das cinco regiões da capital, para investigar os principais fatores que garantem a São Paulo o título de cidade que nunca dorme — ou dorme bem mal. “É uma população bastante queixosa”, diz a neurologista Dalva Poyares, da equipe que realizou o estudo. “E isso está diretamente relacionado ao estilo de vida que se leva na metrópole”, afirma.
+ Faça o teste do sono
Para se ter uma ideia do tamanho da briga entre os paulistanos e seu travesseiro, metade deles considera a noite insuficiente para repor a energia gasta durante o dia. Eles sentem-se exaustos já no momento em que acordam. Nesse estado de esgotamento, o raiar do sol, em vez de animar, parece um fardo, condenando a um dia inteiro pela frente quem mal reúne forças para sair da cama. A fadiga, reclamação mais frequente na cidade, é muitas vezes motivada por distúrbios durante o sono. “Enquanto não descobrir o que ocorre entre o deitar e o despertar, a pessoa continuará acordando cansada”, afirma o biólogo Rogério Santos da Silva, coordenador do estudo. Entre os incômodos causadores da fadiga, a queixa de insônia é a mais comum. Passar horas encarando um entediante teto quando poderiam estar desligados do mundo é um problema que atormenta quatro em cada dez pesquisados. Há aqueles ainda que acordam no meio da noite e demoram a embalar novamente. Ou os que despertam involuntariamente e assistem, passivos, à aflitiva aproximação da hora de se levantar sem conseguir voltar a dormir. Especialistas indicam que o melhor a fazer, nesses casos, é sair do quarto para ler ou ouvir música, e só retornar quando estiver mais sonolento. Ver TV, usar o computador ou aproveitar para resolver problemas são atividades que só prolongam as horas em claro. “Não me deito sem ligar a televisão”, conta a empresária Flávia Ceccato, que tem um enorme modelo de tela plana bem ao pé da cama e problemas para dormir desde criança. “Cheguei a tomar remédio e, mesmo assim, nada. Às 7 horas eu ainda estava lépida.” Além da desaconselhadíssima TV durante a madrugada, ela mantém outros hábitos que provocam caretas nos especialistas, como usar a cama para atividades como comer, trabalhar, falar ao telefone ou mesmo ficar assistindo à programação. “É preciso associar a cama ao sono”, ressalta Poyares. Não ter horário fixo para dormir é outro complicador.
Com um funcionamento semelhante ao de um centro de diagnósticos, o Instituto do Sono procura estabelecer, em meio a um leque de possibilidades, quais são os distúrbios que atormentam aqueles que recorrem a ele. Para isso, conta com oitenta suítes, disponíveis tanto para pacientes do Serviço Único de Saúde (SUS) quanto para atendimentos particulares e convênios. Com sensores colados pelo corpo e uma câmera instalada no teto sobre a cama, num cenário que parece dar forma a um roteiro de ficção científica, eles passam ao menos uma noite sob supervisão médica. Em uma central, os profissionais do instituto assistem à transmissão das imagens e intercedem caso algum dos sensores se solte ou o paciente precise de ajuda. Em tempo real, visualizam as atividades cerebrais, decodificadas por um programa de computador a partir dos sinais emitidos pelos sensores. Através dos gráficos, é possível saber se o paciente está de fato dormindo e até se está sonhando. As linhas tortuosas indicam a intensa batalha de quem quer manter os olhos pregados. No instituto há uma ala exclusiva para crianças. “Os distúrbios mudam conforme a idade”, afirma a pediatra especializada em sono Márcia Pradella-Hallinan.
Além dos hábitos domésticos e de fatores genéticos e psicológicos, o ambiente urbano interfere na qualidade do descanso. Barulho de grandes avenidas ou ruídos intermitentes, como os de aeroportos e estações de trem e metrô, podem fragmentar o sono, ainda que a pessoa não o perceba na hora. Já a rotina frenética faz com que boa parte dos habitantes precise dormir e acordar em horários que não são naturalmente os mais apropriados para o seu organismo. Quem mora longe do trabalho, por exemplo, tem de se levantar cedo para chegar a tempo. Isso, no entanto, não faz com que o indivíduo necessariamente sinta sono logo no início da noite. Como resultado, ele dormirá menos do que precisa e sofrerá o desgaste no decorrer dos dias. O alto nível de stress, patente nas preocupações com violência ou na inquietação provocada pelos congestionamentos, é outro complicador. Muitos paulistanos se queixam da dificuldade de encontrar mecanismos para tirar o pé do acelerador e poder relaxar.
O mesmo vale para a ansiedade, tradicional vilão do sono tranquilo e um dos principais fatores relacionados à insônia. Padece ainda quem não consegue se desligar dos aparatos tecnológicos, permanecendo conectado via internet ou pelo celular aos problemas do escritório ou à incessante troca de mensagens virtuais, comportamento comum aos ansiosos. “Fico entrando no Twitter e olhando coisas na internet”, diz o músico Roger Moreira, líder do Ultraje a Rigor. Na juventude, ele manifestou sintomas de um distúrbio de ansiedade conhecido como síndrome do pânico. Hoje tratado, não sobe em avião de jeito nenhum e, quando viaja com a banda — sempre de ônibus —, só consegue dormir na volta. “Na ida eu fico acelerado, esperando pela hora de chegar, conversando com todo mundo.” Deixar de se divertir e de se exercitar compromete o descanso. Há quem abra mão do lazer por falta de tempo ou por dificuldades de deslocamento. “Muita gente que saía às sextas à noite deixou de fazê-lo por causa do tráfego intenso”, afirma Poyares. “O que deveria ser diversão passou a ser encarado como tormento e foi suprimido do dia a dia.” Seja qual for a rotina, é importante incorporar hábitos que ajudem a desligar a cabeça dos problemas e preparar o corpo para o descanso. Assim, o sonho de ter uma boa noite de sono dificilmente se transformará em pesadelo.
Cama após as 5 da manhã
“Dramática.” É assim que a empresária Flávia Ceccato resume sua relação com o sono. Com muita paciência, ele acaba vindo, mas chega atrasado, sempre depois das 5 da manhã. Quando criança, Flávia voltava da escola, cochilava até o jantar e só então iniciava os deveres de casa. As tarefas iam madrugada adentro, intercaladas por filmes da sessão ‘Coruja’ ou pelo hobby de desenhar. Quando se deitava, só dava tempo de fechar os olhos por duas ou três horinhas. “Eu tinha um monte de truques para dormir na sala de aula”, conta. Com o decorrer dos anos, só mudaram os macetes. Ela passou, por exemplo, a despistar o chefe com idas ao banheiro — álibi perfeito para cochilar na cabine em pleno expediente. Foi então que ela lançou mão dos hábitos notívagos para se tornar um dos principais nomes da noite paulistana. Depois da bem-sucedida boate Lov.e, ela administra a Hot Hot, concorrida balada na Bela Vista. Quando o trabalho acaba, o dia já raiou. Fitas isolantes na janela de seu apartamento ajudam a relaxar. “Não durmo sem TV e um copo de leite”, diz. “Nada como um leitinho para embalar.”
Pesadelos sobre voar de avião
Para o líder da banda Ultraje a Rigor, Roger Moreira, o tiquetaque é o som da angústia. Quando tem compromisso marcado para a manhã, ele prefere varar a noite fazendo qualquer coisa a deitar-se e ficar pensando que terá de acordar logo mais. Na década de 80, Roger manifestou pela primeira vez sintomas de um distúrbio de ansiedade conhecido como síndrome do pânico. São crises súbitas, sem causa aparente, que levam o indivíduo a achar que está prestes a morrer e, com isso, sentir medo e desespero tremendos. O temor de viver uma crise durante a noite, quando, na imaginação dele, a chance de obter ajuda médica seria menor, era tamanho que ele passou a evitar dormir antes que a manhã raiasse. “O dia me dava segurança. Só aí relaxava.” Diagnosticado o distúrbio, ele passou a tomar remédios para controlar a ansiedade. De vez em quando, ainda sofre com pesadelos. Sua fobia de avião, por exemplo, visita-o em roteiros oníricos. Às vezes, sonha que está passeando em algum lugar e de repente descobre que só poderá voltar para casa voando. “É péssimo.”
Olhos pesados ao volante
Quando a dentista Vivianne Sato acordou, estava dentro do próprio carro, parado em frente a um semáforo próximo à USP. Duas pessoas a sacudiam, questionando-se se ela teria tido um infarto. “Levei o maior susto”, relembra. Vivianne sofre de narcolepsia, um distúrbio que faz com que sinta um sono incontrolável em vários momentos do dia. A média mundial é de um caso para cada 2 000 pessoas, taxa semelhante à da esclerose múltipla. Naquela tarde, Vivianne calcula ter permanecido cochilando dentro do carro, estacionado no meio da rua, por cerca de quinze minutos. O farol já havia aberto, fechado, aberto, fechado, e nada de ela acordar. Noutra vez, em uma tarde de trânsito lento, a moça dormiu em plena Marginal Pinheiros. Despertou quando colidiu, de leve, com o veículo da frente. O jeito foi recorrer à medicação. “Para eu fazer aula de inglês à tarde, só tomando remédio”, diz.
Mario Rodrigues
Vivianne Sato toma remédios para fazer aulas de inglês à tarde
Alívio graças à maquininha antirronco
Nem o problema auditivo de sua mulher a poupou de acordar com o estrondoso ronco do marido, o empresário aposentado Almir Duarte de Oliveira. Como muita gente, Oliveira pensava que seu problema fosse simplesmente roncar. Mas não. Após passar uma noite no Instituto do Sono, com atividades monitoradas pelos médicos do local, foi diagnosticado com apneia. Trata-se de uma sequência de pausas respiratórias que, além de causar o ronco, compromete a qualidade do descanso. A longo prazo, pode resultar em complicações ao organismo, como problemas cardiovasculares. “Em uma hora, eu tinha centenas de pequenas paradas na respiração, coisa que nem imaginava”, afirma. De volta ao instituto para uma avaliação mais precisa, Oliveira dormiu com um aparelho dotado de um bocal que se prende ao rosto para normalizar a respiração e evitar as pausas. “Minha qualidade de sono melhorou exponencialmente”, lembra. Desse dia em diante, ele nunca mais foi para a cama sem o tal equipamento.
Mario Rodrigues
Almir Oliveira não dorme sem o seu aparelho
Olheiras aos 3 anos
Heitor já compreende o drama de dormir mal com apenas 3 anos. Suas olheiras revelam a briga diária que a mãe, Débora Melo de Alcântara, enfrenta para colocá-lo na cama. “Ele não pode ouvir a palavra ‘dormir’ que chora”, conta ela, que por volta das 21 horas começa a chamar o filho para “dar uma descansadinha no quarto” ou “relaxar no escuro”. É só lá pelas 2, no entanto, que ele finalmente dorme. Mas a batalha ainda não terminou. Heitor se mexe muito, ronca e range os dentes com tanta força que os pais podem escutá-lo do outro cômodo. Com um sono tão inquieto, não descansa o suficiente. O resultado: uma nova guerra é travada pela manhã, na hora de tirá-lo da cama. “Fico exausta”, diz Débora, que notou uma melhora no descanso do filho desde o início deste ano, quando o garoto ingressou na escola. “Ter o dia repleto de atividades o deixa cansado e mais propenso a dormir um pouco melhor.”
Mario Rodrigues
Heitor tem 3 anos e enfrenta problemas para dormir
Ela caminha dormindo
Era com os gritos desesperados da filha Laura, de 10 anos, que a dona de casa Cláudia Mendonça de Castro costumava despertar no meio da noite. Corria assustada para a cama da garota, punha-a em seus braços e tentava contê-la, enquanto a menina se debatia aos berros. “Parecia que estava tendo uma parada cardiorrespiratória ou uma convulsão”, conta a mãe. “Instantes depois, voltava a dormir.” Laura nem sequer havia acordado. Assim como várias crianças de sua faixa etária, ela vivenciou uma mudança nos episódios que perturbavam suas noites. Nos últimos meses, em vez de acordar gritando, passou a sair do quarto e perambular, ainda dormindo, pela casa. Há vezes em que desce as escadas, abre o guarda-roupa ou acende a luz. “Estou na sala assistindo à novela e, de repente, ela aparece e se senta na poltrona”, diz Cláudia, que então reconduz a filha para a cama. Não importa o que aconteça, no dia seguinte a garota nunca se lembra de nada. “Minha mãe marca na agenda o que faço”, afirma Laura. “Não fosse por isso, eu jamais saberia.” Apenas no mês de abril ela surpreendeu os pais treze vezes.
Mario Rodrigues
A dona de casa Cláudia Castro costumava acordar com os gritos da filha de 10 anos
À espera das cores
Muitos trocam o dia pela noite e adaptam muito bem suas tarefas. Há, porém, quem veja nas madrugadas insones o desperdício de produtivas horas de claridade. Alegres e coloridas, as pinturas do artista plástico Gustavo Rosa dependem da luminosidade natural para ser criadas. A madrugada serve apenas para estar com amigos ou ver um filme — jamais para trabalhar. Mas ultimamente o breu não o tem ajudado nem mesmo a descansar. “Por causa de um problema de saúde, comecei a ter dificuldade para dormir”, diz ele, que recorreu a tranquilizantes. Durante a insônia, vê televisão. “Trabalhar eu não consigo. Ler é difícil, porque me sinto cansado e não me concentro”, conta Rosa, que não raro desperta em frente à tela ligada. O lembrete do tempo maldormido vem no meio da tarde. “Sinto cansaço quando não deveria. E me irrito com coisas banais.” Para ele, a atmosfera noturna intensifica o problema. “É o momento em que nos sentimos mais sós. E a solidão faz as dificuldades parecer maiores.” Quando acorda, acha que sofreu à toa. “À luz do dia, tudo melhora. Tudo fica mais colorido.”
Mario Rodrigues
Gustavo Rosa costuma ver televisão quando tem insônia
JÁ PARA A CAMA!
77% dos paulistanos têm algum problema relacionado ao sono48% sentem fadiga durante o dia45% queixam-se de insônia42% roncam*33% manifestam apneia (pausas respiratórias que atrapalham o sono e também causam ronco)24% têm pesadelos**23% movimentam as pernas repetidas vezes15% sofrem de insônia crônica*10% rangem os dentes*10% já consultaram médicos por causa de problemas para dormir9% sentem sono enquanto realizam suas atividades*5% dão chutes***5% tomam remédio para conseguir pegar no sono*3% são sonâmbulos***Pelo menos três vezes por semana durante um mês
**Relatos de mais de uma vez por mês
***Mais de cinco vezes por hora
Mario Rodrigues
O biólogo Rogério Santos da Silva, coordenador do estudo da Universidade Federal de São Paulo, no Instituto do Sono: “Enquanto não descobrir o que ocorre entre o deitar e o despertar, a pessoa continuará acordando cansada”
INDICATIVOS DE QUE O SONO NÃO VAI BEM
■ A pessoa sente-se cansada quando acorda.
■ Demora mais de meia hora para pegar no sono quando se deita na cama.
■ Acorda frequentemente com a boca seca. O fluxo respiratório deve ocorrer pelo nariz. Quando ocorre pela boca, esta se resseca e pode haver ronco, um dos sintomas de apneia (pausas respiratórias durante o sono).
■ Desperta no meio da noite ou antes do horário em que precisaria levantar-se e não consegue voltar a dormir.
■ Acorda de repente com dificuldade para respirar ou sensação de sufocamento, o que pode indicar apneia.
■ Sente dificuldade de se concentrar.
■ Mexe as pernas enquanto dorme e muitas vezes acorda por causa desses movimentos (deslocamentos inconscientes podem provocar pequenos despertares que comprometem o descanso).
■ Quando acorda, está com o maxilar dolorido, incômodo típico de quem tem bruxismo.
■ Durante a noite, desperta em intervalos inferiores a duas horas.
■ Fica com muito sono durante o dia e cochila com facilidade.
■ Irrita-se com facilidade.
■ Seu rendimento no trabalho e/ou estudos piorou.
■ Tem pesadelos angustiantes pelo menos uma vez por mês.
■ Nota uma queda em seu desejo sexual.
FAZENDO AS PAZES COM O TRAVESSEIRO
■ Associe a cama ao momento de dormir. Evite usá-la para ver TV, comer, conversar ou trabalhar.
■ Se não conseguir pregar os olhos, não se irrite. Saia do quarto e só volte quando estiver sonolento. Jamais use esse tempo para resolver problemas e pendências. Procure ouvir música ou ler, atividades que ajudam a embalar.
■ Sonecas comprometem o descanso noturno. O melhor é evitá-las e esperar até a hora de se deitar.
■ Nem todo mundo precisa do mesmo número de horas de sono. O importante não é a duração do descanso, mas acordar bem-disposto.
■ Idosos têm sono leve e cochilam em horas impróprias. Manter o ambiente bem iluminado durante o dia pode corrigir esse desvio e garantir uma noite melhor.
■ Quem pensa que beber ajuda a enfrentar a insônia está errado. O álcool aumenta o relaxamento muscular e predispõe a pessoa a roncos e pausas respiratórias, que atrapalham o descanso profundo. Além disso, impede a fase do sono em que ocorrem os sonhos. Evite beber (exceto em quantidade moderada, como uma taça de vinho) três horas antes de se deitar.
■ Evite tomar café à noite. Ingerir duas ou três xícaras retarda o sono em até seis horas.
■ Exercícios devem ser feitos de manhã ou no início da tarde. Fica mais difícil pegar no sono quando se praticam atividades extenuantes perto da hora de se deitar.
■ Mantenha um horário regular para dormir. Pequenos rituais antes de ir para a cama (tomar um copo de leite, baixar a luz, escovar os dentes…) também ajudam a desligar.
■ Quando for ao médico, não deixe de mencionar seus problemas na hora de dormir. O sono é fundamental para a saúde e merece atenção.