Até pouco tempo atrás, pintar a casa sozinho ou instalar uma nova tomada eram práticas reservadas a quem desejava economizar com um pintor ou eletricista. Hoje, no entanto, o “faça você mesmo” ganha status de hobby e dá ares de diversão a serviços que parecem complicados à primeira vista, mas podem ser simples se bem ensinados.
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O termo surgiu nos Estados Unidos e faz parte da cultura “maker”, dedicada a quem curte criar projetos e dispositivos por conta própria. No Brasil, um dos incentivadores dessa cultura é Marcelo Aguilera, 47 anos, um dos idealizadores do site “Oficina de Casa”. Com tutoriais em vídeo para a construção de mesas, brinquedos e até estantes, entre outros artigos, o administrador e arquiteto é uma luz no fim do túnel para quem está afim de se aventurar nessa onda.
O projeto está no ar desde outubro do ano passado e hoje conta com 25.000 acessos mensais, número que tem crescido mês a mês. “As pessoas têm medo de errar, de se machucar. Além de haver um certo preconceito em relação a produtos feitos em casa, que teriam uma qualidade muito inferior aos produzidos no mercado convencional. Mas isso está mudando. O interesse no assunto é cada vez maior.”
Outra evidência da moda “faça você mesmo” no país é a criação dos “makerspaces”. Neles, grupos de pessoas se juntam em espaços colaborativos para o desenvolvimento de projetos. Em geral, os próprios integrantes bancam o aluguel do local, pagam as contas e levam ferramentas e material para compartilhar. O site Laboratório de Garagem, que também é uma rede social para inventores, oferece um espaço gratuitamente, desde que o que for realizado no local seja postado no site posteriormente. Se a pessoa não quiser colocar sua ideia ou invenção na página, paga uma taxa mensal de 50 reais (25 reais para estudantes).
Outro site que segue a linha colaborativa é o “Do It Yourself Brasil”, no ar desde 2010. O criador da página, o engenheiro André Sarmento, 38, reúne 2.500 inscritos, com projetos que vão de de marcenaria à culinária, ainda que em número reduzido. “Há o receio de que outros roubem a ideia e de que produto final fique ruim. Estamos pensando em algumas promoções para mudar essa resistências e motivar os usuários a postarem mais suas invenções. É a melhor forma de trocar experiências.”
Onde aderir ao “faça você mesmo”
O que tem: tutoriais de produção e restauração
Exemplos de projetos: carrinho de brinquedo, jogo de pinball e armário de compensado
O que tem: rede colaborativa com diferentes projetos
Exemplos de projetos: twix gigante, suporte para celular e luminária de rosas
O que tem: rede colaborativa com diferentes projetos
Exemplos de projetos: reforma de sandália, luminária RGB e controle arcade para PC
Espaços colaborativos “makerspace”
O que tem: rede social para inventores, com local para o desenvolvimento de projetos
O que tem: eventos semanais para aprender eletrônica, além de um espaço para o desenvolvimento de projetos