Uma investigação sobre denúncias de racismo institucional no McDonald’s foi pedida por diversos sindicatos ao Ministério Público do Trabalho nesta segunda-feira (20). As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Foram registradas 16 ações judiciais individuais que relatam casos de discriminação e preconceito racial nos últimos dois anos, segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a UGT (União Geral dos Trabalhadores) e a Contracs (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço e Comércio),
Nas denúncias, há relatos de ofensas como “negrinha do cabelo ruim”, “negrinho burro da po***”, “macaca”, “babuína”, “pretinha suja”, “salon line” (marca de cosméticos para cabelos crespos), “saci” e “volta pra favela, sua neguinha”.
Na unidade de Itaquera, na zona leste de São Paulo, funcionários relataram que eram classificados pela aparência física — os considerados mais atraentes trabalhariam em atendimento ao público, enquanto que os outros fariam tarefas próximo aos fundos das lojas.
As entidades esperam que a empresa promova campanhas de diversidade e crie canais de comunicação para denúncias sigilosas dos empregados, além de garantir o acesso dos empregados negros a postos de todos os níveis hierárquicos.
Em nota enviado a VEJA São Paulo, a Arcos Dorados (maior franquia da rede do mundo e que opera as lojas brasileiras) informou que não teve acesso ao ofício e, portanto, não poderia comentá-lo. “Reiteramos o nosso total compromisso com a manutenção de um ambiente de trabalho inclusivo e de respeito, não tolerando nenhuma prática de assédio ou discriminação”, disse em nota.
Leia abaixo o comunicado na íntegra:
“A Arcos Dorados reitera o seu total compromisso com a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e de respeito. Além disso, a companhia informa que não tolera nenhuma prática de assédio ou discriminação.
A empresa promove periodicamente treinamentos baseados em seu Código de Conduta, para comunicar e conscientizar funcionários sobre seus valores corporativos em relação à diversidade e forma de ser. Mantém, ainda, um canal de ouvidoria para denúncias, aberto a todos os empregados, e trata com confidencialidade e rigor as questões que recebe. Internamente, realiza campanhas de comunicação sobre o tema, impulsionadas pelas ações de seu Comitê de Diversidade e Inclusão, criado há dois anos. Maior geradora de primeiro emprego no Brasil, a Arcos Dorados entende sua responsabilidade em continuar evoluindo, a partir de iniciativas que incentivem, valorizem e incluam mais as pessoas, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os seus funcionários.
Em relação à notificação mencionada, a rede informa ainda que não teve acesso ao documento e, portanto, não pode se posicionar sobre a questão.”