Por trás de alguns edifícios, parques, igrejas e outros lugares turísticos da cidade, existem histórias de dar calafrios. Uns dizem que são apenas lendas urbanas, outros acreditam que espíritos realmente vagam por determinados endereços na madrugada paulistana.
Mito ou verdade, a questão é que muitos pontos guardam histórias, no mínimo, curiosas. Conheça algumas abaixo:
Em 1920, Sebastiana de Mello Freire foi diagnosticada com sérios problemas mentais. O conselho do médico foi que toda a família se mudasse para um bairro mais tranquilo, onde a moça pudesse ficar afastada da agitação da cidade. No novo endereço do Bixiga, Sebastiana perdeu primeiro suas irmãs e, depois, seus pais. Sem família, a mulher permaneceu na residência apenas com uma empregada que se encarregava dos cuidados da enferma. Dizem que ela ficou trancafiada na própria casa por 40 anos, morreu louca e seu espírito nunca deixou aquele endereço.
A capela recebeu esse nome em homenagem à Nossa Senhora dos Aflitos, mas o que nem todos sabem é que a construção foi palco de uma história tenebrosa. Onde hoje são realizados cultos, um soldado chamado Francisco José das Chagas está enterrado. Chaguinha, como era conhecido, foi condenado ao enforcamento, porém, na hora da execução, a corda se rompeu. E não foi apenas uma, mas duas vezes. O público considerou o episódio um milagre e pediu a liberdade do moço, que foi finalmente morto na terceira tentativa. Enterrado onde atualmente está a Capela, algumas pessoas visitam o lugar até hoje para fazer pedidos ao soldado e pagar promessas.
A construção em condições precárias já foi residência de uma família da aristocracia paulistana. Também foi o local de um crime nunca solucionado pela polícia. No dia 12 de maio de 1937, Álvaro Reis matou seu irmão e sua mãe, tirando a própria vida em seguida. O fato misterioso é que este rapaz teria sido encontrado com duas balas na cabeça, algo pouco comum em casos de suicídio. A polícia acredita que existia uma quarta pessoa envolvida no crime, mas isso nunca foi comprovado. Alguns dizem que é melhor tomar cuidado ao passear pelo endereço de noite, já que a alma penada de Reis perturba aqueles que colocam os pés no que um dia foi o seu lar.
Edifício Joelma
O prédio da Avenida Nove de Julho já mudou de nome e de cor, mas não tem reforma que faça os paulistanos se esquecerem do incêndio do dia 1º de fevereiro de 1974. Na manhã daquela sexta-feira, o edifício começou a arder em chamas. Muitos morreram asfixiados, outros, desesperados, jogaram-se das janelas. Porém, o caso mais sinistro foi o das 13 vítimas presas no elevador. Não identificadas, elas foram enterradas na Vila Alpina e há quem diga que, de suas sepulturas, brota água. Os que trabalham no prédio afirmam que, de noite, os espíritos vagam pelos 25 andares da construção.
Não é só o status de primeiro arranha-céu da América Latina que dá fama à construção na Sé. Uma moradora do além se tornou famosa na cidade e é conhecida por todos como a loira do Martinelli. Em meados dos anos 30, a jovem teria cometido suicídio no prédio e, desde então, não sai mais do local. Segundo a lenda, sempre no final do expediente, o fantasma da moça de cabelos claros e longos aparece para assombrar aqueles que estão no edifício.
A Faculdade de Direito tem uma construção histórica, um nome prestigiado e um subsolo de dar medo. O prédio instalado no Largo São Francisco já foi um mosteiro e acredita-se que até hoje existam restos mortais de freis enterrados em épocas passadas. Outra história curiosa é a do professor Júlio Frank. Muito querido pelos estudantes, ele teria sido enterrado onde hoje os alunos de Direito da USP realizam alguns saraus. Frank era protestante e, por isso, não pôde ser sepultado no cemitério, onde, na época, somente católicos eram enterrados.
Como todo teatro antigo, este também parece ter algo de mal-assombrado. Segundo a lenda, os espíritos dos artistas que se apresentaram nos palcos do Municipal perambulam pelas dependências do local. Vigias e funcionários que trabalham no turno da noite garantem já terem visto luzes acenderem, escutado o dedilhar no piano e percebido movimento nos camarins e no palco.
Fontes: Carlos Silvério, diretor da Graffit Viagens & Turismo, e Rogério Cantoni, criador do Haunted Bus