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OLÁ,

2/3 dos semáforos paulistanos tiveram pane em 2017

Especialistas cobram a modernização do sistema e CET promete lançar PPP (Parceria Público Privada) até 2020

Por Estadão Conteúdo
19 ago 2017, 11h15
Semáforo na Rua Bela Cintra com Alameda Lorena
2/3 dos semáforos paulistanos tiveram pane em 2017 (Mario Rodrigues/Veja SP)
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Neste ano, dois em cada três semáforos instalados na capital paulista já quebraram ao menos uma vez, deixando cruzamentos sem sinalização. Foram 4.312 dos 6.399 aparelhos danificados, segundo levantamento feito pelo Estado, com base em informações da Prefeitura. Nesta sexta, a gestão João Doria (PSDB) anunciou a assinatura de contratos para retomar os serviços de manutenção dos equipamentos, paralisados desde o começo de 2017.

Sem essa manutenção, a capital paulista enfrentou 19.846 panes – e há 50 equipamentos que se quebraram mais de 25 vezes no ano. Isso dá uma média de 104 panes por dia, mais de quatro a cada hora no ano.

As informações foram repassadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) por meio da Lei de Acesso à Informação. Os dados mostram que o problema aparece em toda a cidade, mas se concentra na região central, onde há também a maioria dos equipamentos. O semáforo campeão de ocorrências fica na Rua Angélica, em Higienópolis, na esquina com a Rua Maceió. Nesse caso específico, a CET informou, por meio de nota, que havia um problema não solucionado entre a empresa e a concessionária de fornecimento de energia. “Diante do cenário, a companhia fez uma adaptação na regulagem de tensão para corrigir a falha em junho“, diz a empresa.

O maior tipo de falha apontada pela CET foi “semáforo apagado”, com 5,5 mil registros. É um tipo de falha em geral relacionada com problemas elétricos no sistema. Na sequência, há “semáforo em amarelo intermitente”, quando a sincronização entre os diversos grupos focais que compõem o semáforo de um cruzamento entram em pane – e, por segurança, o sistema se desliga, à espera do técnico para fazer a manutenção.

A CET argumenta que, neste ano, houve ainda outros contratempos. “Janeiro de 2017 teve o terceiro maior índice pluviométrico de toda a série histórica do Centro de Gerenciamento de Emergências“, diz a empresa. “Além disso, até julho de 2017 foram registrados mais de 400 casos de furtos em semáforos na capital.” A empresa afirma que um único caso de furto pode comprometer até seis sinais.

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Contratos

A contratação para a manutenção da rede foi assinada nesta sexta-feira, 18, por R$ 40,8 milhões. Três empresas ficarão responsáveis cada uma por uma área do Município. O Consórcio MCS Inteligente vai atuar em parte da região central e na zona leste. O Consórcio Semáforo Paulistano ficou com parte da área central e as zonas norte e oeste. Já a empresa Arc Comércio Construção vai trabalhar em parte da região central e na zona sul.

Para o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), Silvio Médici, os novos contratos devem por fim à onda de apagões da cidade. Mas não é a principal medida para melhorar essa área da gestão pública. “Agora, é preciso investir para a melhoria dos equipamentos.

Ele diz que, até o ano passado, foram adotadas medidas para reduzir panes como o isolamento da fiação elétrica, a troca de controladores semafóricos e a instalação se sistemas no break, que mantêm faróis acesos em casos de queda de energia. “Esses investimentos precisam ser aprimorados para que se tenha um controle inteligente do tráfego“, explicou.

A CET prevê ainda nesta gestão lançar uma PPP (Parceria Público Privada) para modernizar todo o parque semafórico da cidade, renovando os equipamentos e adotando nova tecnologia“, informou a companhia, por meio de nota.

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