Em cidades como Nova York, quase não existem veículos particulares blindados rodando pelas ruas. “Nossa produção é pequena e, com frequência, destinada a americanos que pretendem usar o carro no exterior em países onde se sentem ameaçados, como os africanos”, diz o empresário Jeffrey Jankelovits, dono da Manhattan Armor, empresa sediada na maior cidade dos Estados Unidos e que se anuncia como a principal blindadora executiva no país. “Mas entendo que em uma capital violenta como São Paulo esse recurso seja mais importante”, continua ele, confirmando nossa fama internacional de campeã no setor.
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No ranking paulistano dos veículos que mais passam por esse processo de reforço, os principais carros ainda são os grandalhões, na seguinte ordem: Tiguan (Volkswagen), XC 60 (Volvo) e Santa Fe (Hyundai). A surpresa é a demanda crescente por veículos populares, como o Gol. A representante comercial Marissandra Gonçalez, de 30 anos, adquiriu há um ano uma Saveiro, pela qual pagou 45.000 reais. Para torná-la à prova de bala, desembolsou mais 40.000 reais. “Rodo muito por aqui e, depois de ver tantos assaltos a mão armada nas ruas, decidi que era um investimento tão fundamental como ar-condicionado”, conta ela. “Foi um alívio quando, há alguns meses, bateram com revólver no meu vidro no semáforo e eu tinha essa proteção. Acabaram roubando o motorista do lado.”
Nos EUA, coisa de bilionário
Na terra de maior PIB do mundo, não há sequer uma associação da indústria de blindagem civil, como é comum em países latino-americanos. “se somadas as metrópoles do país todo, a produção não deve ultrapassar 500 por ano”, diz Jeffrey Jankelovits, da Manhattan Armor. Entre seus clientes, em geral empresários bilionários, grande parte encomenda os veículos para usá-los fora do país.