Avatar do usuário logado
OLÁ,

“Se todo mundo sair andando por aí, vai faltar para o rico e para o pobre”

O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou 111 mortos e afirmou próximos passos: "Precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso"

Por Redação VEJA São Paulo
Atualizado em 28 mar 2020, 17h59 - Publicado em 28 mar 2020, 17h04
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, e o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, divulgam dados atualizados sobre a situação do novo Coronavírus no país. (Marcello Casal Jr/Agencia Brasil/Divulgação)
Continua após publicidade

Ao completar um mês da primeira detecção de Covid-19 no país, o país registrava 77 mortes e 2.915 casos confirmados. O primeiro caso foi registrado em 26 de fevereiro. Hoje (28), os números já são de 111 óbitos e 3904 casos confirmados.

A perspectiva do Ministério da Saúde para o próximo mês é de que a epidemia aumente no Brasil, uma vez que o país está no início da curva de crescimento pela qual outras nações já estão passando, como Estados Unidos, Itália e Espanha. O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva hoje, falou ainda sobre seu estado de saúde. “Faço meu teste de vez em quando, não tenho anticorpo, sou suscetível”, afirmou. “Se testar positivo, vou vir aqui. Quer dizer, vou ter que fazer um vídeo, já está tudo no protocolo.”

Ele reforçou a necessidade da população ficar parada em casa. “Se todo mundo sair andando por aí, vai faltar para o rico e para o pobre. Precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso”, disse Mandetta. “Vamos nos mover pela ciência e pela parte técnica, com planejamento.”

A característica da doença, que sobrecarrega não só o sistema de saúde, quanto a logística, foi escancarada. “Atravessamos a semana passagem com quase todas as capitais sem voos. Como chegam os lotes de vacina? Eles vão de caminhão, o que demora 5 dias.” Mandetta criticou ainda a decisão do vice-prefeito de Cotia, Almir Rodrigues, que entrou na fábrica da empresa Magnamed, fabricante de respiradores hospitalares, e confiscou aparelhos para a cidade. “Não vamos tocar isso aqui cada um olhando para o seu umbigo. Vamos ter que estudar muito nosso inimigo comum, o vírus.”

Sobre a quarentena, declarou que serão feitos ajustes dia a dia, já que o tamanho dos danos está sendo conhecido aos poucos. “Nós vamos trabalhar para poupar a vida de todo mundo.” Sobre sua possível saída, disse que fica no cargo enquanto o presidente permitir e ele tiver saúde para ficar.

Publicidade