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São Paulo do futuro: o que as lojas estão adotando

Comando de voz, pagamentos eletrônicos e outras novidades que pintaram no setor

Por Dirceu Alves Jr., Miguel Barbieri, Saulo Yassuda, Sérgio Quintella e Tatiane de Assis
Atualizado em 25 jan 2019, 13h56 - Publicado em 24 jan 2019, 15h41
Guide shop da Amaro: modelo de venda diferenciado (DENISE MAHER/Divulgação)
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GUIDE SHOPS

De acordo com pesquisadores associados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nos próximos anos o segmento varejista buscará o aumento da produtividade por meio de ferramentas como a radiofrequência para a localização de produtos no estoque e a convergência da experiência on-line com a real, vista em estabelecimentos como as guide shops. Em São Paulo, essa última tendência deve se popularizar ainda mais. A marca feminina Amaro é um caso bem-sucedido, com dez unidades na cidade. O cliente experimenta a roupa no endereço, compra pelo site em computadores espalhados por lá e recebe em casa em, no máximo, 24 horas. Isso reduz a necessidade de estoque. “Na entrada da loja do Shopping Pátio Higienópolis, há sensores que analisam quem entra e quem sai. Eles também conseguem saber a altura das pessoas e se se trata, por exemplo, de uma família”, explica Dominique Oliver, CEO da rede.

PAGAMENTO

Nada de ficar na mão ao esquecer o cartão de crédito em casa. Nos próximos anos, deve crescer a tecnologia Near Field Communication (NFC). Essa aplicação permite que você cadastre seus dados bancários em dispositivos tais como celular, relógio e pulseira. Para concluir uma compra, basta aproximá-los de uma maquininha retangular, parecida com essas que usamos hoje. Para que o consumidor se sinta seguro, as vendas com valor acima de 50 reais são feitas somente mediante a digitação de senha. Há ainda outras tendências na digitalização de pagamentos, como o uso de QR Codes, bastante disseminado na China, e de bitcoins, que, de forma tímida, acontece na capital. Outra possibilidade são os totens de autoatendimento, vistos, por exemplo, em doze lojas do Burger King na cidade. “O cliente pode analisar as fotos dos produtos, customizá-los e pegar uma fila menor”, explica Clayton Malheiros, CFO da rede no Brasil.

LOJA COM EXPERIÊNCIA

Com a disseminação dos e- commerces, sair de casa para comprar algum produto se tornou desnecessário, o que tem alterado cada vez mais o modelo das lojas físicas. “Na nova fase, os estabelecimentos vão investir na forma como se comunicam”, explica Roberta Nigri, especialista em comportamento do consumidor e inovação de mercado. Em sintonia com essa tendência, a Ri Happy abriu em 2015 uma loja-conceito no Shopping Cidade São Paulo, onde há bastante espaço para testes de brinquedos. “Devemos evoluir para ser também um ponto de serviço e entretenimento, que contará, por exemplo, com aulas sobre um jogo ou um local em que os pais poderão deixar as crianças”, explica Flávia Drummond, diretora de marketing da cadeia.

COMANDO DE VOZ

Em 2019, mais de vinte anos depois do surgimento do primeiro e-commerce no país, o comércio eletrônico está consolidado e responde por 3,5% do varejo no Brasil. Em São Paulo, principalmente, os olhos desse segmento estão voltados para os smartphones — o índice de compras pelo dispositivo móvel deve chegar a 35% neste ano. Dessa forma, aparecem no horizonte investimentos em sites que tenham boa performance, além do aprimoramento de aplicativos que simplifiquem as transações. “Em um futuro muito próximo, as pessoas vão fazer compras por comando de voz”, explica Marcio Kumruian, CEO da Netshoes, um dos principais atores do setor. Outra alteração deve acontecer no modo como as entregas são feitas, pois essa parte da venda se mostra uma das etapas mais dispendiosas para os lojistas. “Você poderá adquirir um produto virtualmente e retirá-lo em um estabelecimento genérico, perto da sua casa, como uma farmácia ou um posto de gasolina”, explica Mauricio Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Funcionários- máquinas também devem entrar nesse jogo. “Mais à frente, robôs inteligentes ou drones, conforme a legislação permitir, poderão ser utilizados”, explica.

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O FIM DAS SENHAS

As fintechs, empreendimentos que levam inovação para o setor financeiro, têm simplificado a experiência do consumidor em atividades como abertura de contas, pagamentos e investimentos. Daqui a cinco anos, algumas das novidades do segmento estarão relacionadas à criação de uma identidade digital, que elimina a memorização de dezenas de senhas, como acontece hoje. “Minha aposta é que uma grande empresa de tecnologia vá resolver esse problema”, afirma Bruno Diniz, presidente do Comitê de Fintechs da Associação Brasileira de Startups. Entre as prováveis soluções para essa questão, estão desdobramentos sofisticados da biometria, como o escaneamento dos olhos. “Trata-se de um atributo único que você tem, como a impressão digital”, explica Diniz, que ressalta a necessidade de associação com técnicas avançadas de segurança.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 30 de janeiro de 2019, edição nº 2619. 

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