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Rua Tupi, em Higienópolis, reúne dez casas de diversas especialidades

Estabelecimentos servem de carnes argentinas a pratos kosher

Por Giovana Romani
Atualizado em 29 dez 2016, 14h26 - Publicado em 2 jul 2010, 21h46
Pobre Juan Rua Tupi Restaurante
Pobre Juan Rua Tupi Restaurante (Fernando Moraes/)
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No lado ímpar, condomínios de luxo modernos guardados por seguranças de terno. No lado par, charmosos casarões que resistiram ao tempo, mesinhas na calçada e garçons uniformizados. Em seus 1 000 metros de extensão, a Rua Tupi, no chamado Baixo Higienópolis, pertinho do Estádio do Pacaembu, abriga oito restaurantes bacanas e uma confeitaria — sem contar os bufês self-service, a padaria, as pizzarias delivery… Um novo restaurante deve ser inaugurado ali ainda neste mês. Juntos, eles fazem da rua uma espécie de Torre de Babel da gastronomia. Há, entre outros, o argentino Pobre Juan, o mediterrâneo De La Paix, o judaico Nur e o alemão Harry Pisek. Ao mosaico, somou-se em outubro do ano passado um japonês, o Nozuki. Em abril, outra novidade, o italiano Villa Cioè abriu suas portas no número 564. “Apostamos na forte vocação gastronômica da vizinhança”, afirma Renato Caparica, administrador da casa. Sem experiência no ramo, os sócios estavam à procura do ponto ideal para pôr o projeto em prática. Encontraram meio por acaso o casarão dos anos 20 que hoje abriga o restaurante, de inspiração toscana. “Precisava de uma boa reforma, mas era perfeito.”

Mesmo localizada na região central, a Rua Tupi quase não tem trânsito. Conseguiu fazer seu clima pacato sobreviver à chegada dos restaurantes badalados. “É uma rua muito charmosa”, acredita o chef marroquino Daniel Marciano, que abriu o De La Paix dez anos atrás. “Aqui, como em Paris, consigo ter mesinhas na calçada em um ambiente despretensioso e seguro. Isso seria mais difícil no Itaim Bibi, onde moro.” Em 2006, Marciano inaugurou o Nur, especializado em culinária judaica, no mesmo quarteirão. Dois anos depois, passou a servir somente receitas kosher, com o objetivo de agradar à comunidade judaica que vive nas redondezas. Ainda neste mês, outro representante kosher, o Rimon Bistrô, começa a funcionar na casa de número 496.

Clientela fiel. É esse o outro fator que mantém o interesse crescente pela região. “Os moradores do bairro têm uma rotina: gostam de sair a pé e comer bem perto de casa”, diz Caparica. Primeira a se instalar por ali, a Casa das Massas comprova a tese. “Tem gente que vem aqui desde que abrimos, em 1987”, conta Karina Rocha, administradora do negócio ao lado do pai, Marcos Aurélio da Rocha. Ex-funcionário da cantina Roma, na Rua Maranhão, ele juntou dinheiro “a vida toda” para montar o próprio restaurante. Determinado a continuar no bairro onde era conhecido — e com pouco dinheiro no bolso —, optou por alugar uma casinha na então vazia Rua Tupi. “Quando chegamos não havia nada: nem os prédios nem os restaurantes”, lembra Karina.

Hoje, não custa tão barato se instalar na Tupi. Segundo Adi Zegman, dono de uma consultoria imobiliária na própria rua, o valor do aluguel de uma casa localizada ali é compatível com o de imóveis em outras áreas de Higienópolis, a exemplo da Rua Mato Grosso, onde estão os restaurantes AK Delicatessen, Becco 388 e Anita. No início do ano passado, a quantia mensal pedida por um sobrado de 500 metros quadrados (com três andares, um deles no subsolo, como é a maior parte das construções) era de 3 000 reais. Atualmente, cobram-se pelo menos 1 000 reais a mais. “Há quem peça até 6 000 reais”, afirma Zegman. Mas a valorização imobiliária não tem espantado os comerciantes. Muito menos a chegada em peso da concorrência. “Ganho mais clientes a cada novo restaurante aberto”, comemora Karina, da Casa das Massas. “A Tupi virou uma espécie de Rua Amauri.”

Rua Tupi, em Higienópolis, reúne dez casas de diversas especialidades

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979
Pobre Juan

O argentino chegou às redondezas em 2008


844
De La Paix

Especialidades mediterrâneas e adega no porão

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832
Coq

Contemporâneo, abre de quinta a domingo


816
Harry Pisek

Filial paulistana do tradicional restaurante alemão de Campos do Jordão

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792
Nur

Nesta casa judaica, todos os pratos são kosher


786
Nozuki

Aberto em outubro, é o primeiro japonês do pedaço

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610
Casa das Massas

Serve massas de fabricação própria desde 1987


604
Família Dias Confeitaria

Muito procurada por quem quer tomar um café da tarde

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564
Villa Cioè

Inaugurado em abril, traz sugestões da região da Toscana

496
Rimon Bistrô

Também judaico, deve abrir ainda neste mês

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