Roselaine de Barros: cinco anos para transplantar rim e pâncreas
Diabética desde os 19 anos, ela perdeu várias vezes a oportunidade de ser operada
“Passei cinco anos na fila do transplante duplo de rim e pâncreas. Não basta estar inscrito e aguardar o andamento. É fundamental que a pessoa esteja se cuidando, nas melhores condições de saúde possíveis, para não dar nada errado na operação. Diabética desde os 19 anos, eu perdi várias vezes a oportunidade de ser operada devido a algum problema. Fiquei cega do olho direito, por sangramentos. Tive AVC duas vezes. E houve uma série de outras dificuldades que adiavam minha vez. A questão é que eu não conseguia me cuidar tão bem. Era tudo sofrido e, para aliviar a barra, eu fazia coisas proibidas, como tomar leite condensado, que escondia no guarda-roupa. Também não resistia e, vez ou outra, saía para beber cerveja. Por sorte, quando me ligaram no início deste ano, às 6h45 da manhã de um domingo, anunciando que haviam aparecido os órgãos compatíveis, eu tinha sido disciplinada nos dias anteriores. Planejei muito aquele momento. Fui direto tomar um banho rápido, pois ficava com medo de morrer mal-arrumada. E avisei um amigo: se acontecer alguma coisa, coloquem-me um vestido bonito, pretinho básico, e não se esqueçam de me passar um batonzinho. Só que tudo deu certo. Renasci. Não vejo a hora de chegar o Natal, que para mim sempre foi a época mais difícil, por não poder sair de São Paulo, devido ao tratamento. Agora, desfruto um grande prazer: andar sozinha na rua, sem perigo de passar mal. Quero viajar muito, tentar trabalhar na área de gastronomia. Vou buscar tudo a que tenho direito.”
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