Descartado pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) no início da crise hídrica, o plano de rodízio proposto há um ano pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), de 48 horas com água e 24 horas sem apenas para as regiões abastecidas pelo Sistema Cantareira, poderia ter resultado em uma economia de 120 bilhões de litros em 2014.
+ Marchinha da ‘Sereia da Cantareira’ faz sucesso na internet. Assista
A quantidade equivale a 12,3% da capacidade do manancial e supera a segunda cota do volume morto (105 bilhões de litros), que está sendo retirada pela empresa desde outubro.
O plano “Rodízio do Sistema Cantareira 2014”, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em agosto, foi entregue em janeiro do ano passado pela Sabesp ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), um dos órgãos reguladores do manancial.
+ Vídeo causa polêmica ao mostrar represa do Cantareira cheia
No documento, a companhia afirma que os reservatórios já sofriam com a seca em 2013, diz que “todas as estratégias” foram adotadas para “evitar” cortes no abastecimento e “constrangimento à população”, mas conclui que “o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento nos mananciais”.
Procurada, a Sabesp informou que o plano foi elaborado antes da atual crise e durante o processo de renovação da outorga de uso do manancial, suspensa por causa da seca. Especialistas afirmam que o rodízio não seria a medida mais indicada no momento atual.
Na última terça-feira (27), o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, afirmou que é possível chegar a um rodízio na região metropolitana de São Paulo e que esse racionamento teria que ser “drástico”. “Para ganhar mais do que já economizamos hoje, seriam necessários dois dias com água e cinco dias sem água”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)