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Retorno do bar Riviera movimenta edifício ao lado

Vizinhos criam expectativa com a reabertura do empreendimento comandado por Alex Atala e Facundo Guerra

Por Juliene Moretti
Atualizado em 1 jun 2017, 17h34 - Publicado em 13 set 2013, 16h29
Facundo Guerra Riviera Edifício Anchieta ed. 2339
Facundo Guerra Riviera Edifício Anchieta ed. 2339 (Fernando Moraes/)
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A reabertura do lendário bar Riviera, prevista para o próximo dia 25, fará ressurgir também um dos símbolos da boemia paulistana, que teve seu auge nos anos 60 e 70. Com o estabelecimento, agora comandado pelo chef Alex Atala e pelo empresário Facundo Guerra, volta também ao centro das atenções o prédio onde está instalado: o Edifício Anchieta, entre a Rua da Consolação e as avenidas Paulista e Angélica.

O edifício foi construído em 1941, sob encomenda do órgão que deu origem ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o antigo Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, como forma de investimento. “Trata-se de um marco, por ser o primeiro representante do modernismo na Paulista”, afirma a pesquisadora Maria Cristina Wolff, da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).

 

O valor histórico é um dos motivos que levaram até lá pessoas como os arquitetos Rogério Magalhães, de 60 anos, e Rosângela Biasoli, de 56. “Escolhemos viver aqui por sermos fãs das criações dos Irmãos Roberto”, conta ela, sobre o escritório carioca responsável pelo projeto. No 11° andar, há, em vez da cobertura, um terraço de uso coletivo.

Os apartamentos, que têm entre 110 e 115 metros quadrados (vendidos na faixa de 550 000 a 700 000 reais, segundo a subsíndica Keiko Yoshinori), impressionam pelo pé-direito de 3,20 metros. No térreo, a galeria de lojas, que já abrigou açougue e cabeleireiro, está desocupada. A exceção vai ser o próprio Riviera, que mantém parte das características originais, como as paredes com azulejo de vidro. Será uma lembrança revista dos bons tempos da casa, dos quais muita coisa se perdeu.

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Maria Kallas - Edifício Anchieta ed. 2339
Maria Kallas – Edifício Anchieta ed. 2339 ()

Nos anos 70, o jardim em frente deu lugar ao túnel e ao acesso à Avenida Doutor Arnaldo. Os elevadores de mogno são revestidos hoje de fórmica e várias pastilhas se descolaram da fachada. Alguns moradores reclamam das poucas vagas de garagem (são 22 para 72 apartamentos, doze deles dúplex), mas há quem não se queixe, como a aposentada Maria Kallas, de 80 anos, que vive ali desde 1977. “O carro não me faz falta, porque dá para ir a pé a restaurantes, ao cinema e à livraria”, afirma. Para os demais, existe a intenção de ampliação do pátio dentro de uma repaginação geral do prédio. “Já temos o plano da reforma, mas ainda precisamos levantar recursos”, diz Yoshinori.

Uma mudança, porém, está pronta, graças à volta do Riviera. O bar revitalizou o terraço — teve a pintura e as obras contra infiltrações finalizadas e a parte elétrica refeita. Em troca, a casa planeja realizar festas no local, que tem uma vista arrebatadora da avenida (emissoras de TV alugaram o espaço, por exemplo, para filmar asmanifestações de junho).

A convivência com o empreendimento, por enquanto, tem sido pacífica. Facundo Guerra fez uma reunião com os condôminos para explicar detalhes, como os gastos com isolamento acústico, que consumiu 40% do investimento no negócio. “Quero incentivar a política da boa vizinhança”, ressalta o empresário.

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Para o arquiteto Rogério Magalhães, um dos mais assíduos nas assembleias, o bar vai valorizar o Anchieta, ao dar visibilidade ao outro lado da Avenida Paulista. “Os próprios moradores se animarão a conservar o que temos aqui.”

Edifício Anchieta ed. 2339
Edifício Anchieta ed. 2339 ()

NA PONTA DA AVENIDA

Como é o prédio

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› Ano de construção: 1941

› Autores: o escritório dos Irmãos Roberto, dos arquitetos Milton, Marcelo e Maurício Roberto*

› Número de moradores: 170

› Número de apartamentos: 72

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› Área dos imóveis: entre 110 e 115 metros quadrados

› Preços de venda: entre 550 000 e 700 000 reais

› Condomínio: 600 a 670 reais

› IPTU: 2 080 a 2 200 reais

*O terceiro ingressou no trio no ano da inauguração do Anchieta

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