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OLÁ,

Modelo Renata Banhara é exonerada da Alesp e filho é nomeado em seu lugar

Marcos Banhara, 22 anos, foi colocado no cargo com salário de 4 500 reais; Renata sai do gabinete do deputado Wellington Moura para campanha de vereadora

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 30 jun 2020, 21h00 - Publicado em 30 jun 2020, 17h33
Renata Banhara e o filho, Marcos André (Reprodução Instagram/Divulgação)
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A modelo e atriz Renata Banhara, 45, conhecida por ter participado do quadro Banheira do Gugu no Domingo Legal, de Gugu Liberato, foi exonerada do cargo de assistente parlamentar do deputado estadual Wellington Moura (Republicanos) nesta terça-feira (30). Em 2019 a Vejinha revelou a nomeação da artista para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A informação foi publicada no Diário Oficial, e consta também o nome de quem vai substituir Renata: seu filho, Marcos André Banhara, de 22 anos. O portal da transparência da Alesp informa que o cargo da modelo tem remuneração bruta de 8 138,53 reais. Segundo a publicação, Marcos terá o vencimento mensal de 4 459 reais. Filiada ao Republicanos, ela tentou nas eleições de 2018 se eleger como deputada federal por São Paulo. Não conseguir chegar na Câmara, e, segundo o Tribunal Regional Eleitoral de SP, juntou 12 659 votos.

Procurada pela reportagem, Renata afirmou por WhatsApp que deixou o cargo no gabinete da Alesp e é pré-candidata a vereadora na capital paulista pelo Republicanos. Servidores públicos não podem disputar eleições, e precisam deixar o cargo num período de 3 meses antes da data do pleito: as eleições municipais no país estão inicialmente marcadas para 4 de outubro.

Disse também que o deputado “conheceu o Marcos [filho] por meu intermédio durante o período em que estive trabalhando em seu gabinete, e optou por nomeá-lo quando da minha saída”. Afirmou que “como mãe, que o cria absolutamente sozinha, vejo como uma oportunidade de vê-lo trabalhando e estudando como todo jovem deveria”. Confira a nota completa da modelo ao final da reportagem.

Marcos André é filho de Renata com Marcos Ferreira, conhecido como Marquinhos quando era membro do grupo Exaltasamba. Segundo informações de seu LinkedIn o rapaz cursa Ciências Econômicas no Insper, onde deve ser formar em 2022, e sua última experiência profissional foi como estagiário de marketing do Sport Club Corinthians.

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Procurado, o deputado Wellington Moura afirmou por meio de nota: “Esclareço que Renata Banhara é pré-candidata a vereadora pelo Republicanos. Por esta razão, ela foi exonerada e optei por contratar o Marcos Banhara para atuar como assessor em meu gabinete”.

Segundo o advogado especialista em direito público, Ulisses Penachio, do escritório PMMF, a nomeação não é irregular. “O nepotismo tem uma súmula vinculante do STF, que define o ilícito como: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, até o terceiro grau, da autoridade nomeante para exercício de comissão ou função gratificada, em qualquer dos poderes da União. O deputado não está nomeando um parente dele, está nomeando um parente do seu assessor. Poderia ser irregular se o nomeado não cumpre os requisitos básicos para a função”, explica.

Procurada, a Assembleia Legislativa afirmou que não existem pré-requisitos, como ensino superior completo, para a ocupação do cargo de assistente parlamentar VII, para qual Marcos André foi alocado.

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Confira a nota de Renata:

“A nomeação é de livre provimento do deputado, que conheceu o Marcos por meu intermédio durante o período em que estive trabalhando em seu gabinete, e optou por nomeá-lo quando da minha saída; e como mãe, que o cria absolutamente sozinha, vejo como uma oportunidade de vê-lo trabalhando e estudando como todo jovem deveria. Minha atuação dentro do mandato e no gabinete sempre foi representar o deputado a frente da causa em defesa das mulheres, onde atuamos nas Delegacias e Delegacia da Mulher (DDM); no acolhimento humanizado e encaminhamento das vítimas de violência doméstica (mulheres em situação de vulnerabilidade), e quem a acompanha para as Casas de Passagem ou Casas por tempo indeterminado. Em razão do isolamento social houve um aumento de 440% na violência contra a mulher e o nosso trabalho frente a causa é de suma importância, salvando vidas”.

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