O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) se inspirou em Valesca Popozuda para pedir “serenidade” do Planalto no enfrentamento da crise política e econômica que o país atravessa.
Em discurso feito aos integrantes da Comissão Especial do Senado que cnduzirás as discussões sobre a “Agenda Brasil” (medidas para dar fôlego à economia), o pemedebista citou um trecho da música “Beijinho no Ombro” para mandar recados ao Planalto e ressaltar a responsabilidade do Congresso no enfrentamento da crise política e econômica.
“Tiro, porrada e bomba não reerguem nações, espalham ruínas e lamentavelmente só ampliam os escombros. Não seremos sabotadores da nação nem agentes de mais instabilidade”, afirmou. “Não somos nem seremos narradores impessoais desse precipício. A crise atual não é apocalíptica, mas exige de todos sensatez e serenidade em busca de saídas.”
Nesta terça (1º), o Congresso Nacional rejeitou a proposta de compartilhar responsabilidades com o Palácio do Planalto pelo rombo de 30,5 bilhões de reais no Orçamento de 2016. O Legislativo também se esquivou de sugerir a criação de novos impostos para cobrir o déficit orçamentário e de apontar quais programas devem ser cortados para equilibrar as contas públicas.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que deixaram claro não ser uma atribuição do Legislativo apontar as saídas para o Orçamento.
“Não é papel do Congresso apresentar soluções para superação do déficit fiscal. Não é papel do Congresso zerar déficit nem resolver questão de custos”, afirmou Renan, depois de se reunir com Dilma.
O presidente da Câmara, que esteve no Palácio do Planalto pela primeira vez desde que rompeu com o governo, em julho, também foi na mesma direção. Segundo ele, não é obrigação do Congresso resolver problema de déficit no Orçamento.
“Cabe ao Executivo dizer quais são suas limitações e capacidades”, afirmou Cunha. O encontro com o presidente da Câmara não teve clima beligerante e no Planalto o entendimento é de que ele se mostrou “colaborativo”. Ele sinalizou, inclusive, que não endossará a derrubada dos vetos que impõem novos gastos para o governo, com a volta das pautas-bomba.