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OLÁ,

Relógio de luxo roubado é encontrado em loja de shopping

Dono da Royale Watches chegou a ser preso; proprietário encontrou o item, que vale 100 mil reais, no Cidade Jardim

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 27 jan 2022, 17h20 - Publicado em 24 jan 2022, 21h24
Imagem mostra, à esquerda, bancada com relógio cenográfico e, no balcão escrito 'Royale Watches'
Loja Royale Watches vendia item roubado (Divulgação/Divulgação)
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Um promotor de Justiça que teve um relógio de luxo roubado em dezembro do ano passado encontrou o acessório por acaso em uma loja do Shopping Cidade Jardim. A polícia foi chamada e o dono do estabelecimento preso em flagrante por receptação, mas solto no dia seguinte mediante o pagamento de fiança. Em nota, Gustavo Queiroz Pires, 35, o proprietário da Royale Watches, afirmou que o item era vendido por consignação para um cliente, e que a empresa está disponível para prestar esclarecimentos para as autoridades.

Após a publicação da reportagem, a empresa enviou mais uma nota de esclarecimento sobre o episódio (veja o texto completo ao final). O Cidade Jardim, por sua vez, afirmou que “não é responsável pela fiscalização de produtos comercializados pelos lojistas”.

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O caso ocorreu na última sexta-feira (21). O promotor, que pediu anonimato para a reportagem, teve o relógio roubado na cidade de Osasco quando saia de um prédio residencial, no dia 12 de dezembro, por volta das 15h30. Dois homens armados em uma moto levaram o item, além de celular e carteira.

“Não esperava encontrar nunca mais”, diz a vítima. O reencontro com a peça, da marca Omega Watches, avaliado em cerca de 100 000 reais no boletim de ocorrência, ocorreu neste mês de janeiro. O promotor seguia uma vendedora de artigos de luxo pelas redes sociais quando viu uma peça idêntica ao seu relógio ser postada nos stories do Instagram da mulher.

Demonstrando interesse, com o objetivo de conferir a similaridade, o homem foi até o endereço físico da Royale Watches, que fica no Shopping Cidade Jardim, na Zona Sul da capital paulista, na sexta. Com o objeto em mãos, tirou uma foto da parte de trás, onde verificou que o número de série do item que era vendido no local e o que foi roubado em dezembro eram idênticos.

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“Avisei a polícia e os investigadores foram até a loja e fizeram a apreensão”, diz ele. O relógio era, de fato, o do promotor, que recuperou o item. A Polícia Civil prendeu em flagrante por receptação o dono da Royale, Gustavo Queiroz Pires.

Após o caso, na quarta-feira (26), o Ministério Público voltou até a Royale Watches a apreendeu mais 80 relógios. A suspeita é que o endereço seja usado para a revenda de relógios de luxo provenientes da atuação de uma organização criminosa. Leia mais aqui.

A Royale afirma em nota que ao chegar no endereço, o promotor informou a loja que o item era roubado. “Tão logo tivemos conhecimento dos fatos pela própria vítima e identificamos que e peça consignada em nossa loja era de fato a peça que constava no boletim de ocorrência apresentado”.

A empresa relata que elaborou um documento para a devolução do produto para a vítima e acionou o departamento jurídico “para comunicar os fatos às autoridades localizadas próximo ao Shopping Cidade Jardim, onde fica a loja”.

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“No entanto, para nossa surpresa, a vítima, mesmo recebendo o produto de volta e assinando o documento de recebimento do mesmo, acionou a delegacia de polícia do município de Osasco e, desde então, vimos prestando todos os esclarecimentos para que a polícia possa encontrar os criminosos que realizaram o roubo e fizeram essa peça chegar ao mercado”, diz o texto.

O e-commerce da Royale anuncia itens semi-novos que passam dos 50 000 reais. Gustavo passou por audiência de custódia no sábado (22) e foi solto após pagamento de uma fiança de 10 000 reais. “O cliente deixou o relógio consignado com a Royale Watches, com toda a documentação exigida pela empresa como garantia da consignação. Fomos à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso”, diz Gustavo, por e-mail.

A Royale discorda do valor de 100 000 reais registrado no boletim de ocorrência do caso. “O relógio em questão foi recebido em consignação pelo valor de R$ 70.000,00”, diz a empresa.

O Grupo JHSF, dono do Shopping Cidade Jardim, que em um primeiro momento optou por não se pronunciar sobre o caso, disse também que “caso irregularidades sejam comprovadas, o shopping adotará as medidas cabíveis e rescindirá o contrato com o lojista. O Shopping Cidade Jardim não compactua e não admite práticas desleais e ilegais”.

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A Secretaria de Segurança Pública confirmou que devolveu o item para o promotor de Justiça e diz que “a equipe de investigação realiza diligências para esclarecer a procedência dos objetos [os relógios apreendidos] e identificar os autores do roubo”.

Leia a nota completa da Royale Watches sobre o caso:

A Royale Watches, marca referência em peças seminovas de alta relojoaria, informa que está colaborando integralmente com a Justiça na elucidação de um caso único em nossa história: uma das peças objeto de consignação era fruto de roubo. Tivemos conhecimento de que a referida peça houvera sido roubada, pela própria vítima, que solicitou que sua identidade não fosse divulgada.

De antemão, vale ressaltar que a Royale Watches adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação e registros das peças. No caso da situação em questão, a vítima, por sua vez, acompanhando nossas publicações nas redes sociais verificou a apresentação da peça em nosso Instagram e na última sexta-feira (21) se deslocou até nossa loja. Tão logo tivemos conhecimento dos fatos pela própria vítima e identificamos que e peça consignada em nossa loja era de fato a peça que constava no boletim de ocorrência apresentado pela vítima.

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Em ato contínuo, elaboramos documento de devolução do produto à vítima que, por sua vez, assinou o citado documento, enquanto preparávamos nota de consignação de devolução e acionávamos o nosso departamento jurídico para comunicar os fatos às autoridades localizadas próximo ao shopping Cidade Jardim (na cidade de São Paulo), onde fica a loja.

No entanto, para nossa surpresa, a vítima, mesmo recebendo o produto de volta e assinando o documento de recebimento do mesmo, acionou a delegacia de polícia do município de Osasco e, desde então, vimos prestando todos os esclarecimentos para que a polícia possa encontrar os criminosos que realizaram o roubo e fizeram essa peça chegar ao mercado.

IMPORTANTE
O relógio em questão foi recebido em consignação pelo valor de R$ 70.000,00, conforme nota de consignação emitida acompanhada de contrato de consignação do produto, documentos estes entregues à polícia. Vale ressaltar que, o relógio em questão não custa R$ 100.000,00, conforme divulgado, pois não se trata de um produto novo. O modelo Omega do ano de 2018 custa para o mercado entre R$ 78.000,00 a R$ 85.000,00 por se tratar de produto usado e não novo.

Atenciosamente,
Royale Watches

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