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Casa das Rosas inicia neste mês obras de reforma que irá durar dois anos

O casarão foi projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo em 1935 e estava apresentando degradação natural em alguns pontos do espaço

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h25 - Publicado em 11 out 2021, 15h39
Foto à noite da Casa das Rosas, na Avenida Paulista. O casarão está iluminado e dá para ver algumas luzes de trânsito na avenida
O casarão foi erguido a pedido do arquiteto Ramos de Azevedo (ANDRE HOFF/Divulgação)
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A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura vai passar por um processo de reforma e restauro a partir do fim de outubro. As obras devem durar cerca de dois anos, com um custo aproximado de R$ 4,2 milhões. As reparações estavam previstas para o início de 2020, mas a pandemia atrasou os planos. Além disso, o prédio é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), o que tardou a burocracia da documentação e da liberação de verbas para as obras. 

O dinheiro do restauro virá do Fundo de Defesa de Direitos Difusos do Ministério da Justiça, responsável por 80% do aporte, e do governo do Estado de São Paulo, que entra com os demais 20%. Inaugurada em 1935 pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, a Casa das Rosas é um dos últimos prédios históricos remanescentes na região – prédios como o Teatro Municipal de São Paulo, a Pinacoteca do Estado e o Mercado Público de São Paulo também foram projetados pelo mesmo escritório. 

“Um edifício como esse, tombado por sua importância histórica, não permite que façamos intervenções, o que é importante justamente para protegê-lo”, diz Marcelo Tápias, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo. “Ao mesmo tempo, porém, isso torna complicada a manutenção, em especial no que diz respeito ao encanamento e à parte elétrica e às calhas, por exemplo. Da mesma forma, era preciso lidar com o desgaste natural da fachada. Mas todos os materiais usados na construção são importados e exigem trabalho altamente especializado. Por isso, já há algum tempo sentíamos que seria necessário iniciar um processo de fato de restauração.” Além disso, as obras tem como objetivo ampliar a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida ao local. 

O Acervo Haroldo de Campos abriga cerca de 20 mil volumes doados em 2004 ao Estado de São Paulo pela família do poeta e tradutor (1929-2003) que nomeia o local, símbolo do movimento concreto na poesia brasileira. Além de livros em 34 idiomas, o material inclui uma coleção de periódicos e apontamentos de leitura de Campos. Também estão preservados os itens da Coleção L. C. Vinholes, com conjunto de obras da poesia concreta e de poesia japonesa.

Neste período de obras, o acervo museológico, com quadros e móveis, foi transferido para a Casa Mário de Andrade, enquanto a maior parte dos funcionários da Casa das Rosas vai trabalhar na Casa Guilherme de Almeida. Todos os espaços são geridos pela Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura, organização social também responsável pela gestão da Casa das Rosas.

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No entanto, a programação do casarão não será interrompida. A agenda continuará no jardim da casa, em outros espaços e também com eventos on-line, como cursos e palestras. No dia 27/10, por exemplo, vai acontecer a “Conversa no Jardim: Patrimônios”, para falar sobre patrimônio cultural, tanto o material quanto o imaterial. O restante da programação você confere em casadasrosas.org.br/agenda/

+Assine a Vejinha a partir de 8,90.

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