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Red Bull: o DNA da máquina vencedora

Como se formou o time de profissionais que fizeram a escuderia superar concorrentes como Ferrari e McLaren

Por Lemyr Martins
Atualizado em 14 Maio 2024, 11h16 - Publicado em 18 nov 2011, 23h51
Fórmula 1 - especial 2244
Fórmula 1 - especial 2244 (Mark Thompson/Getty Images | Bazuki Muhammad/Reuters | Clive Rose/Getty Images/)
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Os seletos frequentadores da piscina do Energy Station de Mônaco foram surpreendidos naquela noite de 28 de maio de 2006 pelo impacto do mergulho de um corpo magro, coberto apenas por uma capa colorida de Super-Homem. Era Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull, comemorando o primeiro pódio da equipe na Fórmula 1, conquistado no GP de Mônaco daquele ano graças ao terceiro lugar do seu então piloto David Coulthard. O pequeno time começava ali a dar os primeiros passos para virar um dos gigantes da modalidade, desbancando o domínio dos grandes bichos-papões do circo da velocidade. Nessa escalada rápida e fulminante para o topo do pódio, Horner representa um dos componentes do tripé formado também por Adrian Newey e Dietrich Mateschitz e que transformou a escuderia e Sebastian Vettel em bicampeões da F1 atual.

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Inglês de Leamington Spa, Horner, de 38 anos, é o chefe de equipe. Ele estreou no automobilismo como piloto na Fórmula Renault em 1992 e passou pela Fórmula 3 britânica, sem grandes proezas em nenhuma das duas. Em 1997, fundou a equipe Arden de F3000. Nessa categoria, experimentou o primeiro sucesso e a primeira frustração nas pistas. Fez do seu piloto Tomas Enge campeão da categoria em 2002, mas o checo teve o título cassado, surpreendido no uso de drogas. O escândalo não esmoreceu o jovem comandante, que reagiu conquistando, nos anos seguintes, novos títulos de construtores e de pilotos, com Vitantonio Liuzzi. 

O salto do empresário à F1 ocorreu quando a Red Bull cruzou o seu caminho. Em 2005, o time entrava na categoria com o propósito de inovar, a começar pelo líder de equipe. As pesquisas indicaram a contratação de Horner, então com 32 anos. Embora tido como imaturo pelas figuras mais experientes do circo, ele demonstrava raro potencial de liderança e gestão. Virtude que confirmou, pois, se continuasse a comemorar os pódios de seus pilotos com mergulhos, teria de ir ao fundo outras setenta vezes para celebrar as colocações de Sebastian Vettel e Mark Webber.

Para projetar os seus protótipos, a escuderia contratou um especialista que já tinha um grau de gênio na bagagem. Considerado mago da aerodinâmica, Adrian Newey, de 52 anos, inglês de Stratford-upon-Avon, chegou ao time com um currículo em que constavam obras laureadas como os bólidos Williams, vencedores com Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve, e os McLaren do bicampeonato de Mika Hakkinen, nos anos 90. Sua carreira começou em 1980 — quem diria —, na escuderia Fittipaldi de F1. Ricardo Divila, brasileiro projetista do Fitti 1, foi quem contratou o jovem engenheiro por 100 libras semanais, em valores da época. Os ganhos aumentaram exponencialmente com os sucessos acumulados. Hoje, Newey embolsa por ano 10 milhões de dólares na Red Bull.

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O terceiro pilar decisivo no sucesso meteórico da equipe, que derrubou a hegemonia das poderosas Ferrari e McLaren, é Dietrich Mateschitz. Austríaco sexagenário, considerado um fenômeno dos negócios e mecenas do esporte, esse esperto financista acumulou uma fortuna de 1,6 bilhão de euros (ou 3,8 bilhões de reais) fabricando e comercializando bebidas energéticas. Dietrich chegou de mansinho ao mundo do automobilismo. No início era apenas mais um anunciante. Patrocinou a Sauber enquanto estudava os bastidores da categoria. Em 2004, quando a Jaguar-Ford declarou falência, Mateschitz arrematou o negócio e o transformou na Red Bull Racing.

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No fim de 2005, surpreendeu novamente comprando a Minardi, escuderia italiana que, em seu vigésimo ano, estava ameaçada de insolvência. Rebatizou-a de Toro Rosso, símbolo do tônico que fabrica. Também pretensioso, marcou 2008 para chegar às vitórias e 2010 ao título mundial. Cumpriu a primeira promessa no triunfo de Sebastian Vettel pilotando um Toro Rosso no GP da Itália, em 2008. A segunda também foi honrada — e em dobro — na conquista do bicampeonato de pilotos e de construtores da Red Bull, nas temporadas 2010 e 2011. Um sucesso baseado no trinômio eficiência, arte e dinheiro a serviço da genialidade do alemão voador.

 

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