O deputado federal tucano Bruno Covas vai concorrer como vice na chapa encabeçada pelo empresário João Doria, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo. A chapa “puro-sangue” deve ser anunciada oficialmente nesta quinta-feira (21). Bruno Covas é advogado e economista e está em seu primeiro mandato como deputado federal, depois de oito anos na Assembleia Legislativa paulista.
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O nome do deputado é defendido pelos principais líderes da campanha tucana por ser jovem e ao mesmo tempo carregar o nome de um político de peso dentro do partido. Bruno tem 36 anos e é neto de Mário Covas, que governou o Estado de São Paulo entre 1994 e 2001, ano de sua morte aos 71 anos.
Com isso, Bruno atenderia a duas demandas, uma externa e outra interna. Aos olhos do eleitor, “casaria” com a imagem de Doria, um neófito na política, único entre os pré-candidatos a disputar sua primeira eleição. Dentro do partido, segundo os defensores do nome do deputado, um vice do PSDB com um sobrenome de peso como Covas serviria para pacificar o ambiente interno após conturbadas prévias, cujos desdobramentos resultaram um racha no partido.
As primárias foram marcadas por denúncias de irregularidades e levaram à desfiliação do vereador Andrea Matarazzo, quadro histórico da legenda e pré-candidato pelo PSD. Um terceiro argumento de quem defende a ideia da chapa “puro-sangue” é a preocupação em não preterir um dos partidos que anunciaram apoio ao candidato tucano.
Ontem, Doria anunciou a adesão do PTC, a décima sigla a compor a chapa da qual fazem parte o PSB, PMB, PHS, PV, PPS, PP, DEM, PRP e PTdoB, além do PSDB. Com o maior número de partidos em sua aliança, Doria será o candidato como maior tempo de TV, arma fundamental para garantir a exposição do candidato, que está entre os menos conhecidos. Sem considerar o tempo conquistado com a adesão do PTC, Doria tem 13 minutos para dividir diariamente em inserções de 30 ou 15 segundos.
Cargos
Na segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin deu posse a um indicado do PP no comando da Secretaria de Meio Ambiente. Ao se unir a Doria, o PP acrescentou 2 minutos e 39 segundos diários ao tempo reservado às inserções de TV do aliado de Alckmin.
Durante sabatina realizada pelo portal UOL, o jornal Folha de S.Paulo e o SBT nesta quarta-feira (20), Doria negou que haja loteamento de cargos no governo estadual em troca de apoio a sua campanha. “Não há loteamento. Qual a ilegitimidade de uma coligação política? Se se faz em todos os planos, qual o impedimento de se fazer em plano municipal? Não negociamos cargo na prefeitura nem subprefeitura. Faremos programa de governo”, disse.
A candidatura de Doria foi construída sob forte influência de Alckmin, que é um dos nomes cotados para a disputa à presidência em 2018. O governador referendou o nome do empresário nas prévias da capital à revelia de outros dos principais líderes do PSDB paulista, o que provocou racha na legenda.
O ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do partido, denunciou Doria por compra de votos e abuso de poder econômico. Quadros históricos do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o chanceler José Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira, defendiam o nome de Matarazzo. Para evitar esvaziamento na convenção de domingo (24) que vai oficializar a chapa de Doria e Bruno, Alckmin convocou quatro governadores tucanos: Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Pedro Taques (MT) e Reinaldo Azambuja (MS). O senador Aécio Neves (MG) não estará, mas gravou um vídeo que será exibido no evento.