Avatar do usuário logado
OLÁ,

MTST promete fazer atos durante a Copa se situação não mudar

Milhares de manifestantes caminharam pelas vias de São Paulo nesta noite (22); líderes participam de audiência no Fórum de Itaquera nesta sexta-feira (23)

Por Marcus Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 14h26 - Publicado em 22 Maio 2014, 13h45

Se as reivindicações não forem aceitas, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) promete parar São Paulo no dia 12 de junho, abertura oficial da Copa do Mundo, na Arena Corinthians. Na noite desta quinta-feira (22) milhares de integrantes de movimentos sociais caminharam pacificamente pelas ruas de São Paulo por moradias. O ato, que começou no Largo da Batata, interditou a pista sentido Interlagos da Marginal Pinheiros e terminou por volta das 21h20, com a ocupação da Ponte Estaiada, onde os organizadores do movimento fizeram um discurso. 

Professores e funcionários da USP farão greve a partir de terça (27)

Nesta sexta-feira (23) os líderes do movimento participam de uma audiência no Fórum de Itaquera para debater com os proprietários do terreno a situação das pessoas da ocupação Copa do Povo. “Faremos protestos toda semana se não atenderem nossas demandas”, disse um dos líderes do MTST, Guilherme Boulos.

Movimentos populares invadem sedes de construtoras em São Paulo

De acordo com ele, o movimento aguarda a reunião desta sexta-feira para decidir os próximos passos. Boulos disse ainda que os ocupantes vão resistir se tentarem a reintegração. “O ato quer chamar a atenção do governo para a luta pela moradia. Sobre a ocupação Copa do Povo, haverá resistência se não oferecerem nenhuma proposta.”

Os organizadores acreditam que o protesto desta quinta-feira contou com aproximadamente 20 000 pessoas. “Este é o maior ato que já realizamos”, afirmou Boulos. Entretanto, a estimativa da Polícia Militar é de 5 000.

Continua após a publicidade

A manifestação foi pacífica. Somente um pequeno tumulto se formou quando o grupo passou pelo Shopping Iguatemi, que estava com as portas fechadas. Mas rapidamente o problema foi contornado e a caminhada continuou.

Um caminhão de som acompanhou o grupo. Durante o evento, os manifestantes que lutam por moradia cantaram uma paródia da música Lepo Lepo, do grupo Psirico: “Não tenho casa, não tenho teto, Copa do Mundo no Brasil me revolta. Não quero Copa, Copa, Copa no Brasil. Eu quero é teto”.

O ato começou às 17 horas, com concentração no Largo da Batata. No início, apenas 300 pessoas ocupavam a área. Por causa da forte chuva, eles usaram uma lona para se proteger. Ao poucos, grandes grupos foram chegando e ocupando totalmente a região. A caminhada começou por volta das 18h30, seguindo pela Avenida Faria Lima, Avenida Cidade Jardim, Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada. Outras organizações sociais também participaram.

Continua após a publicidade

Outros protestos

Desde o início de maio, grupos sem-teto e militantes da luta por moradia realizam manifestações na cidade. No dia 8, o MTST promoveu invasões-relâmpago nas sedes das construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS, localizadas nos bairros Butantã, Itaim Bibi e Consolação, respectivamente.

No dia 15, ativistas bloquearam diversas vias da capital. Em frente à Arena Corinthians, cerca de 2 000 pessoas reivindicaram melhores condições de moradias. Houve protestos também nas avenidas Interlagos, João Dias e Santos Dumont, na Marginal Tietê e no Viaduto Domingos de Morais.

Já no início da tarde de terça (20), o MTST bloqueou totalmente a pista local da Marginal Pinheiros no sentido Castello Branco. O ato terminou em frente à sede da Viver Incorporadora e Construtora, que é a dona do terreno ocupado por eles no Parque do Carmo, a quatro quilômetros da Arena Corinthians. A empresa fica na Vila Olímpia.

Publicidade