Os professores e funcionários técnico-administrativos de USP, Unesp e Unicamp fazem uma paralisação nesta quarta-feira (21). A decisão foi tomada após os reitores das três universidades anunciarem o congelamento dos salários em razão da crise financeira das entidades.
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De acordo com o Cruesp (Conselho dos Reitores da Universidades Estaduais Paulistas), ficaram vetados quaisquer reajustes porque os gastos com salários vêm comprometendo demasiadamente suas receitas. Na USP, 104,22% do orçamento é destinado para a folha de pagamento. Na Unicamp e na Unesp, os percentuais são de 96,52% e de 94,47%, respectivamente.
Para hoje, está marcada uma nova reunião do Cruesp. Caso a decisão se mantenha, o Fórum da Seis – órgão criado para representar os servidores – proporá uma greve geral por tempo indeterminado.
Segundo os funcionários, Unicamp e Unesp estavam dispostas a fazer o reajuste, mas foram convencidas pela USP do contrário. A Adusp (Associação dos Docentes da USP) e o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) requerem reajuste de 9,78% – 3% de defasagens acumuladas mais inflação dos últimos 12 meses. Argumentam que o rendimento das reservas mantidas pela universidade é suficiente para realizar os pagamentos. “Todos vão ter uma surpresa. Faremos uma greve forte se não mudarem de posição”, disse Magno de Carvalho, um dos diretores do Sintusp.
O reitor da USP Marco Antônio Zago descarta, porém, usar mais uma parte das reservas para cobrir salários. Em carta enviada para a comunidade, Zago afirmou que elas servem para “se defender de eventual crescimento no gasto com aposentadorias, com o pagamento de demandas judiciais, bem como em investimentos de grande monta”. Em 2012, a quantia acumulada era de 3,23 bilhões de reais; em 2013, baixou para 2,56 bilhões de reais e em abril deste ano passou para 2,31 bilhões de reais. “No ritmo em que as coisas vinham acontecendo, essa reserva tinha data certa para acabar”, concluiu.