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Professor de medicina faz “blackface” para simular pacientes pobres

Em vídeo gravado pelos alunos, Ronald Sergio Pallotta Filho usou uma máscara preta em aula ministrada na Santa Casa

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h21 - Publicado em 9 out 2020, 16h05
 (Reprodução/Veja SP)
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Nesta terça-feira (6), o professor de medicina Ronald Sergio Pallotta Filho usou uma máscara preta para mostrar aos seus alunos como se relacionar com pacientes pobres no consultório, segundo os estudantes. Conhecida como “blackface”, a prática é considerada racista e ocorreu durante aula ministrada para turma do 1º ano do curso de Ciências Médicas da Santa Casa, em São Paulo.

Os estudantes filmaram a tela do computador durante uma aula online. No vídeo é possível ver, segundo o professor define, uma “encenação teatral”. O médico usa uma máscara preta e satiriza um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Eu não como essas comidas de fraco aqui do SUS, não, sabe? Eu não como, não. Eu como comida de macho, de macho. Você está entendendo?”, diz Ronald Filho no vídeo. 

O tema da aula em questão era propedêutica. De acordo com um estudante, o objetivo dela é mostrar como uma boa relação com o paciente pode facilitar um diagnóstico do médico.

Os estudantes preparam uma representação formal para o Núcleo de Direitos Humanos da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Eles também querem levar o caso ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o Cremesp.

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Em nota, a faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo se posicionou afirmando que “repudia veementemente qualquer ação de cunho racista ou preconceituoso. Ciente do vídeo mencionado, a instituição determinou a abertura de uma sindicância interna para apuração dos fatos que pode resultar no afastamento do médico envolvido. Em nota, a instituição afirmou que “a sindicância ocorrerá no âmbito do nosso núcleo de direitos humanos em que será garantido o direito do contraditório.”

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo afirmou, também em nota, que “o profissional citado é médico na instituição. Verificamos junto a Coreme (Comissão de Residência Médica) e não houve o recebimento de denúncias. Abriremos uma investigação interna sobre o caso relatado, pois até o presente momento desconhecíamos o teor desta denúncia. A Santa Casa de São Paulo repudia qualquer tipo de atitude discriminatória, machista e sexista.”

Em nota enviada ao G1, o professor declarou que não teve “intenção de desrespeitar quem quer que fosse em razão da raça, nível social ou por qualquer outra característica com utilização da máscara na representação que tentei fazer”.

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