Aos 9 anos, Quintino Moreira da Silva teve seu primeiro contato com a capoeira, na cidade de Nova Açores, no interior da Bahia. Tomou gosto pelo negócio e virou especialista. Quando se mudou para São Paulo, no início da década de 70, continuou com a prática. Em dezembro de 2011, Mestre Quintino, como é mais conhecido nas rodas, resolveu ensinar gratuitamente o misto de dança, jogo e luta a crianças e adultos do Grajaú, na ZonaSul.
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No grupo Cativeiro da Senzala, ele atende três turmas por semana, somando cerca de sessenta aprendizes, todas as sextas, sábados e domingos. “Ter passado parte da adolescência na rua me trouxe a necessidade de tentar tirar as crianças desse caminho”, explica Quintino. Em paralelo, ele ganha a vida ensinando a arte em escolas particulares da região.
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As atividades do Cativeiro da Senzala ocorrem em um quintal da sede da Associação Comunitária Cantinho do Céu, entidade dos moradores do bairro. Quintino não paga nada para utilizar o local. É a única ajuda que recebe para manter o projeto em funcionamento. O espaço onde se pratica o jogo tem buracos no chão e não é totalmente coberto. Até hoje, porém, o mestre não conseguiu dinheiro suficiente para fazer uma reforma.
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Além de uma faixa pendurada no portão que anuncia a atividade, a propaganda boca a boca acabou espalhando a notícia sobre o serviço. Ali já foram formados cerca de 300 estudantes com mais de 6 anos. “Muitos dos meus alunos trocaram as drogas pela capoeira”, orgulha-se Quintino.
Nome: Quintino Moreira da Silva
Profissão: professor
Atitude transformadora: oferece aulas de capoeira gratuitas a adultos e crianças da periferia