Avatar do usuário logado
OLÁ,
Continua após publicidade

Prefeitura vai acolher dependentes químicos em contêineres

As estruturas ficarão em um antigo estacionamento na Rua Marechal Rondon, na lateral da Praça Princesa Isabel, e atenderão até 150 pessoas por dia

Por Estadão Conteúdo
31 Maio 2017, 11h41
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Enquanto briga na Justiça para poder recolher à força usuários de drogas das ruas do centro de São Paulo para avaliação médica, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) prepara uma megaestrutura de atendimento com 25 contêineres e um prédio com alojamento e plantão médico para tentar atrair os dependentes químicos que estão acampados na Praça Princesa Isabel, a nova Cracolândia, em Campos Elísios, região central. A Prefeitura registra 900 usuários no local à noite – mais do que em alguns momentos havia no antigo fluxo, na região da Alameda Dino Bueno. Nesta terça-feira (30), a Prefeitura sofreu nova derrota judicial.

    A estratégia da Prefeitura é oferecer aos viciados um local próximo de acolhimento enquanto a polícia tenta asfixiar o tráfico de entorpecentes na região, evitando que o crack continue chegando aos dependentes. “Uma das medidas é bloquear o acesso às drogas para que as pessoas se sintam vulneráveis, dependentes, e possam procurar ajuda. Precisamos estar ao lado delas no momento certo”, explicou o secretário municipal de Governo, Júlio Semeghini.

    Com capacidade para atender até 280 pessoas, a estrutura está sendo montada a toque de caixa ao redor da nova Cracolândia e deve entrar em operação amanhã. Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Filipe Sabará, cerca de 130 ex-moradores que estavam abrigados em um prédio de quatro andares na praça foram transferidos para um abrigo na Mooca, Zona Leste, para que o edifício fosse adaptado para acolher usuários de drogas. Já os contêineres ficarão em um antigo estacionamento na Rua Marechal Rondon, na lateral da Praça Princesa Isabel, e atenderão até 150 pessoas por dia.

    “São locais onde terão dormitórios, refeitórios, banheiros e atendimento ambulatorial especializado para dependentes. A ideia é intensificar as abordagens, fazer avaliação rápida e encaminhar para internação de acordo com cada caso”, disse Sabará. As internações serão feitas na rede integrada da Prefeitura, que diz dispor de 270 leitos com entidades conveniadas, e do Estado, que tem 3 000 leitos de tratamento para dependentes.

    Ontem, na primeira reunião do comitê integrado dos projetos Redenção da Prefeitura e Recomeço do Estado ficou acertada a criação de um novo protocolo médico para definir os critérios de internação de usuários.

    Continua após a publicidade

    A gestão Doria anunciou também que não vai desistir de tentar um aval da Justiça para poder fazer busca e apreensão de usuários de drogas da Cracolândia e cogita recorrer até ao Supremo Tribunal Federal (STF) se for preciso.

    Ontem, o Tribunal de Justiça de São Paulo extinguiu a ação na qual a Prefeitura pedia autorização para recolher à força dependentes químicos das ruas para atendimento médico e, se preciso e com aval judicial, fazer a internação compulsória. O desembargador considerou que a Prefeitura não poderia ter feito o pedido dentro de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público contra o governo do Estado, por causa da operação policial feita na região em 2012.

    “O fato é que ainda não tivemos acesso a essa última decisão e, assim que tivermos e analisarmos, serão tomadas as medidas judiciais, como recurso ao presidente do Tribunal de Justiça, recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou até mesmo ao STF (Supremo Tribunal Federal)”, disse o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini.

    Publicidade

    Publicidade