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Prefeitura começa a instalar portões no Minhocão

A medida, recomendada pelo Ministério Público, tem o objetivo de limitar os horários de acesso dos pedestres ao local

Por Thaís Oliveira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Adriana Farias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 set 2017, 12h25 - Publicado em 17 ago 2017, 19h43
Portão instalado em uma das alças de acesso do Minhocão: ideia é limitar o público (Veja SP/Veja SP)
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Começaram a ser instalados no último dia 12 de agosto portões de ferro nas alças que dão acesso ao Elevado João Goulart, conhecido como Minhocão. A medida acata uma recomendação do Ministério Público de São Paulo, que sugeriu a limitação de público no local, alegando perturbação à privacidade e ao sossego dos moradores do entorno.

A prefeitura, no entanto, ainda estuda quais serão os dias e horários em que as grades ficarão fechadas. Enquanto a decisão não sai, os portões permanecerão abertos. Atualmente, o elevado é fechado para a circulação de veículos às 15h dos sábados e reaberto às 6h30 das segundas, mas não há limitação para pedestres.

O inquérito da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo foi enviado à prefeitura em 2016, ainda na gestão Haddad (PT), após uma reunião com os Consegs e associações de moradores da região. Após negociações, a Subprefeitura da Sé baixou neste ano uma portaria proibindo grandes eventos. Em contrapartida, o MP sugeriu a instalação dos portões. Além de incomodar os vizinhos, outro argumento dos promotores é que o Minhocão não foi projetado para circulação de pedestres; portanto, os anteparos nas laterais não seriam capazes de impedir uma possível queda nos oito metros de altura do viaduto, por exemplo.

“Estamos cumprindo a determinação de segurança do MP e estudando qual a melhor alternativa para controlar multidões, mantendo o espaço aberto ao lazer”, explica o subprefeito da Sé, Eduardo Odloak.

A prefeitura promete ainda a instalação de um parapeito formado por trepadeiras na pista do Minhocão, a um valor estimado em 3 milhões de reais, e outro jardim vertical na parte de baixo do viaduto, de 12 milhões de reais.

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O futuro do elevado é alvo de disputas e muita controvérsia. De um lado, entidades comunitárias defendem o desmonte total do Minhocão e criticam as medidas da gestão Doria para “maquiar” o problema, com a instalação dos corredores. “Queremos que [a região do Elevado] se transforme em uma avenida bonita, como a região do Pier Mauá, no Rio de Janeiro”, diz Francisco Machado, vice-presidente do Conselho de Segurança (Conseg) dos bairros de Santa Cecília, Campos Elíseos, Barra Funda e Higienópolis.

A associação Conselho Gestor do Parque Minhocão, por exemplo, discorda dessa ideia. A entidade defende a transformação do local em um parque e luta para que o acesso aos carros passe a encerrar mais cedo nos dias úteis, às 20h. “Com esses portões, vai ficar parecendo o cadeião de Pinheiros”, argumenta Cristiane Andreatta, coordenadora do grupo. “Além disso, pouco impede quem queira realmente usar entrar no parque [Minhocão] fora de horário”, completa.

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