A prefeitura de São Paulo concluiu a instalação de cercas no entorno da Praça Pôr do Sol. Durante a gestão de Bruno Covas (PSDB), o poder público acatou pedido da Associação Amigos do Alto de Pinheiros (SAAP) e da Associação de Moradores de City Boaçava e instalou tapumes para a construção das cercas ao custo de 652 000 reais. Desde então, o endereço está fechado para ao público para “evitar aglomerações”, diz a secretaria de Subprefeituras.
O endereço de 28 000 metros quadrados, formalmente denominado Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiro, foi alvo de polêmica durante o início da pandemia da Covid-19 em 2020, após uma imagem de drone mostrar o local com aglomerações quando a cidade adotava protocolos mais rígidos para a contenção do vírus.
“Deixou de ser uma praça de bairro, tem um fluxo muito grande de gente que vai não só para assistir o pôr do sol, mas que fica a noite inteira ali”, disse à Vejinha Marcia Kalvon Wood, presidente da SAAP, em fevereiro deste ano, quando a praça começou a ser cercada pelo poder público. Urbanistas criticam a medida e apontam que o fechamento do local não é solução.
A Vejinha questionou a prefeitura para entender porque outros espaços públicos da cidade, como os parques municipais, podem ser usados pela população durante a atual fase da pandemia enquanto a praça segue fechada, mas não obteve resposta. A gestão Ricardo Nunes (MDB) também não respondeu qual a previsão de reabertura do local e nem quais horários de funcionamento seriam adotados.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) chegou a recomendar que a instalação das cercas não fosse realizada antes de uma consulta pública, mas a prefeitura já estava na fase final da obra. “Estamos estudando a realização de uma consulta pública para verificar se preferem a praça com ou sem o cerceamento”, diz em nota a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital do MP-SP.
O MP afirma que a subprefeitura de Pinheiros “concordou em fazer essa consulta pública e a ideia é aguardar a melhoria da pandemia para tanto”.
Confira a nota da prefeitura sobre o caso:
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Pinheiros, esclarece que isolou a praça no início da pandemia a fim de evitar aglomeração de pessoas no local.
No processo licitatório para a colocação dos alambrados, foi escolhida a empresa e material de opção mais viável economicamente ao interesse público. A reabertura segue em fase de estudos.
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